Ranulfo Pedreiro
De Londrina
O cantor Ataulfo Alves Jr., filho de Ataulfo Alves, está movendo um processo contra a Warner Chappell, editora responsável pela música ‘‘Mulata Assanhada’’. Segundo Ataulfo Jr., a música foi plagiada como ‘‘Mulata Coqueta’’ no CD ‘‘Venezuela I’’ da coleção ‘‘A Música Íbero-Americana’’, vendida em bancas de revistas. No disco, a faixa está assinada por A. Pacheco, compositor filiado à Sociedade de Autores e Compositores da Venezuela.
Para Ataulfo Jr., cabe à editora Warner Chappell os cuidados necessários para se evitar o plágio da música, considerada um clássico de Ataulfo Alves. ‘‘Esse é o primeiro caso que ocorre com a obra do meu pai e eu descobri logo, numa banca de jornal. Fui ouvir e era a ‘Mulata Assanhada’ em ritmo de salsa-merengue’’, revela, indignado, em entrevista por telefone.
O processo envolve plágio, omissão do nome do autor, indenização por alterarem o ritmo da música e violação de direito autoral. Ataulfo afirma que o disco foi comercializado também nos Estados Unidos, Espanha, Argentina, Peru, Venezuela, Chile, Colômbia, Guatemala, Aruba, Curaçao e Holanda.
‘‘É uma música que foi roubada descaradamente, um plágio de todos os compassos. Esse A. Pacheco botou uma salsa-merengue e tirou o nome do meu pai. O azar deles é que eu lido com música e vasculho tudo. Meu pai tem uma porção de músicas na Warner Chappell, e a ‘Mulata Assanhada’ foi ela que editou. A editora está sendo acionada porque deixou passar essa violação de direito autoral com a omissão do nome do autor’’, comenta.
Ataulfo Jr. afirma que o intérprete deveria pedir uma autorização no Brasil para gravar a música, além de dar crédito ao autor. ‘‘Já levamos a gravação para um perito e foi constatado o plágio completo’’, argumenta.
‘‘Mulata Assanhada’’ foi lançada por Ataulfo Alves em 1956 e fez muito sucesso, sendo gravada posteriormente por Elizeth Cardoso e vários outros intérpretes. Procurada pela Folha2, a editora Warner Chappell respondeu que só vai comentar o assunto após o encerramento do processo.