Agência Folha
Em tempos pré-carnavalescos, tudo é motivo para samba. No primeiro dia do ano, a paulistana Nenê de Vila Matilde completou 51 anos de ‘‘serviços prestados’’ a São Paulo, cidade que já foi chamada de túmulo do samba.
Hoje à noite, a escola fundada em 1949 por Alberto Alves da Silva, o ‘‘seo’’ Nenê, faz a sua festa de aniversário. E, para dar voz ao samba do planalto, a escola decidiu homenagear uma convidada especial. ‘‘Vai ser uma responsabilidade muito grande. Eu sou Nenê desde que o Mané (Garrincha, seu marido, que morreu em 83) foi para São Paulo jogar no Corinthians’’, conta a cantora Elza Soares, que desembarca hoje na cidade para a festa, que não tem hora para acabar. Em novembro do ano passado, Elza se apresentou no Royal Albert Hall, em Londres - com Caetano, Chico, Gal, Gil e Virginia Rodrigues -, no show ‘‘Since Samba Has Been Samba’’. Agora, canta na quadra da escola paulistana. ‘‘Aqui tenho muito mais liberdade do que lá. Além disso, tenho muita paixão pela Nenê. Ali tem muita gente que lutou demais para pôr a escola no lugar em que estᒒ, diz.
Apesar de acontecer na quadra da escola e a apenas dois meses do Carnaval, ‘‘seo’’ Nenê explica que a festa não será só do samba. ‘‘Vai ter um pouco de tudo: bolero, rumba, cha-cha-cha e até gafieira. E, às 3h da madrugada, a bateria entra para dar o grito de Carnaval.’’ Segundo o fundador da Nenê, o encontro é como uma festa de aniversário que os filhos fazem para os pais. ‘‘É uma confraternização da velha guarda, que se vai, com a nova guarda, que vem chegando’’, conta. ‘‘Seo’’ Nenê lembra que a tradição de festejar o aniversário da escola começou em 1970, quando cerca de 40 ‘‘embaixadores’’ da escola carioca Portela vieram a São Paulo exclusivamente para batizar a Nenê de Vila Matilde.
No próximo sábado, dia 15, é a vez da Vai-Vai comemorar seu aniversário. Zeca Pagodinho vai animar a festa pelos 70 anos da escola.