É preciso fôlego para apreciar a Chapada
Arquivo FolhaPROGRAMA OBRIGATÓRIOA primeira vista da Cachoeira da Fumaça. A queda d’água é tão alta, quase 400 metros, que a água vira fumaça antes de tocar o chãoArquivo FolhaSertanejo de Lençóis: hospitalidadeUma das maiores atrações de toda a Chapada é o Poço Encantado, em Itaitê, com águas profundamente azuis, que chegam a 60 metros de profundidade. E este, normalmente, é um dos primeiros roteiros das agências de turismo. De junho a julho, este lugar fica ainda mais bonito. Um raio de luz (que dizem, parece laser) penetra na gruta através de uma pequena fenda, e durante o dia - das 9h30 às 14h30 – ilumina o fundo do poço e dá mais luz à caverna – onde só se enxerga com a ajuda de um lampião. Aqui não é permitido mergulhar para não pôr em risco a vida da fauna aquática. Miguel, que cuida do Poço Encantado há duas décadas, descobriu há uns anos uma espécie raríssima, o bagre cego.
Claro, os postais também são programas obrigatórios. O Morro do Camelo só dá para ser observado de baixo, não é permitida a escalada. Entretanto, no Morro do Pai Inácio dá para subir e contemplar uma das mais belas paisagens de toda a Chapada. Lá do alto, observar o pôr-do-sol é uma experiência fantástica. Tanto, que os turistas chegam a aplaudir o momento em que o astro-rei se põe definitivamente. Porém, vá preparado; como o morro fica num terreno particular, paga-se R$ 5,00 a entrada. Os dois morros e Monte Tambor, estão localizados no município de Palmeiras.
A Gruta da Pratinha é outro lugar encantador. Aqui não é permitido fazer mergulho livre. Mais um paulista instalou-se no local e aluga equipamentos de mergulho para quem quiser. Mas é certo que a Gruta da Pratinha possui um ecossistema muito delicado. Quando as águas da gruta escoam para o Lago Pratinha, pode-se ver uma infinidade de peixinhos. A água é translúcida, azul bem clarinho. No lago, os turistas podem banhar-se à vontade. É um dos melhores locais para banho, para quem não sabe nadar – não tem mais de 1,50m.
Não deixe de conhecer o Poço do Diabo. Com águas cor de chá (cor predominante dos rios da região), é um lugar deslumbrante. Foi lá que Fábio Júnior gravou várias cenas da novela ‘‘Pedra Sobre Pedra’’, como o fotógrafo Jorge Tadeu. E os guias mostram até a pedra onde ele ficava escondido para ‘‘clicar’’ as beldades.
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Também imperdível, a Gruta da Lapa Doce oferece uma emoção singular aos visitantes. A entrada só é permitida com o acompanhamento de um guia especializado. Com um lampião a gás, o guia vai mostrando as dezenas de formações rochosas e a semelhança de cada uma delas com animais e objetos. Claro, como não podia faltar, tem até uma que reproduz o Pai Inácio. Ao final, o guia desliga o lampião, por alguns segundos, para que o visitante ‘‘tenha uma vivência mística’’ ou faça um momento de reflexão.
Seguir até a cachoeira da Fumaça, entre Palmeiras e Lençóis, é um programa para os que têm um pouco mais de fôlego. Dependendo do ritmo da caminhada, dá para chegar no alto da cachoeira em 1h30. A queda d’água é tão alta – quase 400 metros – que a água vira fumaça antes de tocar no chão, daí o nome. Para apreciar a queda, é necessário debruçar-se sobre uma pequena plataforma de pedra. Quem sofre de vertigem, não pode nem pensar nisso. O espetáculo e a vista valem à pena o esforço da caminhada.
Em Andaraí, destaque para o Pântano Marimbus. ‘‘Estou entrando na sua psicologia e estou vendo que você não tem medo’’. É assim que o condutor (como os guias são qualificados) Antônio Roque Santos Alves, ‘‘mas pode me chamar de Rockão’’, tranquiliza os visitantes que ficam assombrados com a pequena canoa que faz o passeio pelo pântano. E com humor, esperteza e inteligência, Alves conduz o passeio pelo rio mostrando cada detalhe de vegetação e da fauna regional. E a prosa vai longe! São 2h30 de percurso.