Documentário sobre Britney Spears roda o mundo e expõe a força do movimento 'Free Britney'

A estrela do pop que bombou na década de 1990 e começo dos anos 2000, está passando pelos períodos mais sombrios de sua carreira. Ela que já tinha uma trajetória na televisão norte-americana, explodiu na indústria da música com ‘Baby One More Time’ e criou uma legião de fãs ao longo dos anos. Hoje, ela pede pela liberdade e autonomia sobre o que é dela. Prazer, é Britney Spears.

Nos últimos dias, com o lançamento do documentário ‘Framing Britney Spears: A Vida de uma Estrela’, o movimento #FreeBritney (ou #LiberdadeParaBritney, na tradução) ganhou muito mais espaço dentro e fora da internet. O documentário, disponível na GloboPlay, conta a trajetória da cantora dentro dos holofotes internacionais, seus períodos de crises e chantagem por parte da justiça americana sobre a sua imagem, sua fortuna e sua carreira.

O movimento começou quando os fãs da cantora começaram a perceber detalhes estranhos nas suas redes sociais, através das legendas e posts, que demonstravam que ela estava pedindo socorro de algum jeito. Mas socorro sobre o que e de quem?

Britney Spears está enfrentando uma batalha judicial para sair da tutela do pai, Jamie Spears, que judicialmente cuida de seus bens há 12 anos. Ele é quem tem o controle financeiro da cantora, desde seu momento de crise em 2007. Contudo, meses atrás a cantora pediu diante de um juiz que houvesse uma troca de tutor legal e, assim, o pai abrisse mão de sua tutela.. Ela já alegou ter medo do pai na direção de sua carreira e que ele se recusa a trabalhar enquanto está à frente da carreira da filha.

Com o sucesso de ‘Baby One More Time’, Britney estava entre a linha tênue de ser uma adolescente e uma estrela do pop em ascensão. Todos queriam saber de onde vinha o fenômeno Spears, que dominava as paradas musicais internacionalmente. Ela era uma garota de muito sucesso na era das boybands. Para a mídia, um prato cheio.

Em pouco tempo, ela já era capa das principais revistas de celebridades e fofocas norte-americanas. Mas nem tudo eram flores, a mídia passou a sexualizar a jovem de um jeito absurdo, falando da maneira como ela se vestia, como se comportava e sobre imagem que ela queria transparecer. A mídia sensacionalista começou a invadir o espaço pessoal da cantora, sempre incentivando a conotação sexual sobre ela, sobre seus relacionamentos, o que fazia ou deixava de fazer dentro deles.

Os excessos dos paparazzis terminou em uma explosão de Britney após o nascimento do primeiro filho do casamento entre a cantora e Kevin Federline. Todos queriam ver a Britney como mãe. As fotos tiradas eram colocadas fora de contexto e a imagem de mãe estava indo pelo ralo também. Logo, a cantora desistiu de construir sua imagem. Foi nessa invasão de privacidade sem fim que Britney Spears passou a enfrentar problemas de distorção de imagem, ataques de ansiedade e pânico.

Neste meio tempo, o pai evitava contato com filha e com os netos, mas após um momento de surto, em que ela agrediu o carro de um dos paparazzi, ele apareceu. Vendo que a filha estava descontrolada física e emocionalmente, Jamie Spears levou ao juiz uma procuração de tutela temporária para cuidar de todo o patrimônio que era da filha em 2008, após ela ter sido internada algumas vezes por problema psicológicos, e Jamie ainda punha a culpa disso no empresário dela, que estava sendo acusado de incentivar o uso de drogas pela cantora.

QUESTÃO JUDICIAL

Os tutores legais são as pessoas responsáveis por controlar não só o financeiro de uma pessoa, mas também os atendimentos médicos, visitas, onde vai, com quem vai, o que gasta ou deixa de gastar, show, premiações, turnês e gravações de novas músicas. A pessoa se torna totalmente dependente de seu tutor. E Britney sempre teve consciência da sua situação e concordava em ser tutelada por alguém, mas seu único desejo era que não fosse o pai. Todas as vezes que ela conseguia contratar um advogado de confiança para cuidar do seu caso, o juiz responsável sempre negava o pedido, isso veio acontecendo durante anos.

Em trechos do documentário Britney diz que “se eu não tivesse as restrições que tenho agora, com médicos, advogados e pessoas me analisando todos os dias, eu me sentiria muito livre. Quando falo o que sinto, eles não prestam atenção. Eles ouvem o que querem, não escutam o que eu digo. Então…é ruim. Eu estou triste.”

Jamie Spears afastou todos os amigos que Britney tinha por trás das câmeras, os amigos íntimos da cantora, seus confidentes. E a história de Britney Spears não é um caso isolado, grandes nomes do mundo do entretenimento que cresceram em busca dos seus sonhos e que explodiram de um dia para o outro, como no caso de Michael Jackson, na época dos Jackson Five, Amy Winehouse, Coryn Monteith, Demi Lovato e que se tornaram famosos ainda muito cedo, tiveram suas imagens desgastadas e colocadas à prova inúmeras vezes.

É óbvio que as histórias não são iguais, mas mantém um padrão de abuso e distorção de imagens por meio da mídia sensacionalista. Foram lhes apresentadas muitas coisas de um mundo que não estavam preparados para viver, suas imagens era abusadas e distorcidas o tempo todo, sem que fossem ouvidos. O que mais importava era o dinheiro, pois era sempre o que gritava mais alto.

O caso da cantora pop ainda está em aberto na justiça e sem previsão de fim, com muitos altos e baixos, talvez mais baixos que altos, os fãs de Britney seguem protestando a favor dos direitos dela, expondo os atos abusivos de seu tutor na internet e mostrando que ela ainda pode ser livre, feliz e ter uma vida mais tranquila com direitos restabelecidos. Só podemos torcer pelo melhor. #FreeBritney.

Supervisão: Célia Musilli/ Editora