Elisa Marilia Carneiro
De Curitiba
Uma grande festa está sendo preparada para começar hoje, às 11 horas, no Memorial de Curitiba e estender-se até o bar e restaurante Beto Batata. Em comemoração, o fim da 18ª Oficina de Música de Curitiba e da 8ª Oficina de MPB.
Durante 20 dias, 1305 alunos e 95 professores (em 84 cursos das oficinas de música erudita e popular), além de monitores e técnicos ocuparam salas, corredores, pátio e o auditório do Colégio Estadual do Paraná para estudar música erudita e popular brasileira. Às noites encontravam-se todos na platéia do Teatro da Reitoria para os shows dos professores, grupos convidados e apresentações dos alunos.
Foi mesmo uma maratona. ‘‘A gente mal se encontrava, porque durante o dia estávamos sempre nas salas de aula, o almoço era corrido nem dava tempo para subir ao apartamento e dar uma descansada. À noite tinha as apresentações. E ainda, devíamos planejar e ensaiar o show do ‘Dia do Mestre’’, comenta a cantora Mônica Salmaso. Hoje, a expectativa é de desconcentração.
Mas antes disso, o Memorial deve ficar lotado para as despedidas. E nada mais apropriado do que um bom choro. O Grupo Retratos, de Curitiba, vai dar o tom do até o ano-que-vem. ‘‘Como estávamos quase todos participando das oficinas não tivemos tempo para uma programação mais elaborada. Vai ser um show mais espontâneo com músicas tiradas do nosso repertório’’, explica o clarinetista Sérgio Albach.
Com certeza entram ‘‘Cochichando’’, de Pixinguinha; ‘‘Bole-Bole’’, de Jacó do Bandolim; ‘‘Gaúcho’’, de Chiquinha Gonzaga e ‘‘Esquerdinha na Gafieira’’, de Altamiro Carrilho. O Grupo Retratos surgiu há quase um ano, mas a formação existia há um pouco mais de tempo, da época das rodas de choro no Sebo de Elite e no Conservatório de MPB.
O maestro Roberto Gnattali batizou o grupo com uma homenagem à suíte ‘‘Retratos’’ de Radamés Gnattali. A formação atual é com Sérgio Albach (clarinete e clarone), João Egashira (bandolim), Luiz Otávio Almeida (violão de seis cordas), Luciano Lima (violão de sete cordas), Gabriel Schwartz (flauta), Simone Cit (cavaquinho) e João Luis Rodrigues (pandeiro).
Quem assistiu a praticamente todos os espetáculos das oficinas, tanto os da fase erudita quanto os da popular, foi o médico-pediatra Maurício Faiguenblum. ‘‘Apesar de gostar mais da música clássica, também fui a quase todos os shows de MPB. Só perdi os que eram realizados mais cedo.’
Na avaliação dele, não houve falhas. ‘‘Aliás, só uma: deveria acontecer duas vezes ao ano, também em julho.’ Faiguenblum conta que nessa época a família fica na praia e ele aproveita para ir aos espetáculos. ‘‘Minha filha, Dani, foi comigo assistir ao Brasileirinho e adorou’’, comenta.
‘‘Esses encontros são importantíssimos para a formação dos jovens. O ambiente festivo e o estudo da música deixam as pessoas mais sensíveis. Imagino o quanto esses jovens estejam aprendendo com outros alunos do País todo e com os melhores professores, cada um em sua área’’, reconhece.
Todos com camisetas-dançantes vão encontrar-se no Beto Batata para uma feijoada. A descontração fica por conta dos músicos, do ambiente festivo e do bate-papo. As camisetas foram produzidas por Iara Teixeira, que criou há mais de cinco anos seus personagens dançantes. ‘‘Para a feijoada fiz sambistas, claro’’, comenta. O artista plástico Foca também elaborou um desenho para a sua camiseta-convite. Ele preferiu uma sátira em homenagem à Revolução Francesa.
A feijoada será preparada a quatro mãos. Beto Batata e o fotógrafo Ricardo Almeida prometem uma feijoada ‘‘light’’, só com carnes especiais. ‘‘Vamos preparar os panelões e cada um se serve, como se estivesse na casa de um grande amigo’’, diz Beto.
Para acomodar as cerca de 150 pessoas esperadas, Beto montou tendas no local do estacionamento. ‘‘Não haverá problemas para estacionar na calçada, porque aos domingos é bem calmo por aqui.’ Para acompanhar a feijoada, Beto selecionou três cachaças: a famosa, de Luiz Alves (SC), outra para preparar caipirinhas e uma terceira, envelhecida.
Os convidados estão sendo esperados a partir das 12h30. ‘‘Mas vai longe. Muitos músicos estarão aqui e vários já prometeram canjas. Vai ser um domingo para descontrair e ouvir muito samba’’, promete Beto Batata.
O bar e restaurante Beto Batata fica na Rua Professor Brandão, 678, em Curitiba. Telefone: 262-0840.Alunos e professores se encontram hoje para comemorar o encerramento das atividades do evento que encheu Curitiba de melodias
José SuassunaProfessores da fase popular da Oficina de MPB prometem canjas no encontro de hojeKraw PenasO pediatra Maurício Faiguenblum assistiu a todas as apresentações