‘‘Baseado em fatos reais’’. É com essa inscrição que começa ‘‘Xuxinha e Guto Contra os Monstros do Espaço’’, desenho animado que estréia domingo nos cinemas. A frase pode causar certa estranheza, tratando-se de uma animação, mas os fãs de Xuxa já sabem que ela acredita em anjos, duendes e genéricos. Ela explica que muita gente já sentiu a presença de anjos. ‘‘Isso aconteceu com meu irmão’’, diz ela, que conta ainda que até os 11 anos teve uma amiga imaginária, chamada Hanna, que serviu de inspiração para que a personagem Xuxinha fosse criada. ‘‘Para algumas pessoas, essas coisas são mágicas, mas tem gente que já viu e que acredita. E não são pessoas malucas.’’
  História da carochinha ou não, ela é muito clara ao dizer que não se importa com críticas – a não ser as vindas dos baixinhos. ‘‘O filme não é dirigido à crítica. É para um público específico, que são as crianças’’, diz o produtor Diler Trindade. A loira acrescenta: ‘‘Temos profissionais que nos dão dicas do que deve ser colocado no filme. São psicólogos, pedagogos, cientistas.   Tentamos fazer de um jeito que a família vá gostar. Como pais, temos essa responsabilidade e preocupação. Queremos passar uma mensagem, mas não ser educativos. Tem que ser a hora do recreio, é para ser divertido’’.
  ‘‘Xuxinha e Guto Contra os Monstros do Espaço’’ mostra como a anjinha se tornou criança. Ela sua a camisa tentando cumprir sua missão divina: proteger Guto, um moleque peralta que vive se metendo em encrencas. Juntos, eles passam por aventuras que envolvem monstros espaciais instalados na Terra, atraídos pela grande quantidade de lixo acumulada aqui. A apresentadora só aparece no início, com Pedro Malta, que interpreta seu sobrinho. A história do filme é narrada por ela para o menino.
  Apesar da pequena participação em frente às câmeras, Xuxa conta que palpitou bastante na produção do desenho. ‘‘Sou um pouco chata. Às vezes, achava que a Xuxinha parecia gorda ou vesga, tinha de mudar. Dez segundos de filme levavam uma semana para serem refeitos. Um monte de coisas foram jogadas no lixo, horas de trabalho.’’
  O orçamento do longa – que será lançado com cerca de 180 cópias – foi fechado em R$ 6 milhões, que significa, segundo Diler, cerca de 1% de uma animação hollywoodiana. ‘‘Esse filme é um marco no início das produções de animação no Brasil’’, diz o produtor, que já tem outros dois projetos com a rainha. Um longa para o ano que vem e, se a animação der bons resultados, sua continuação.