De paquera em paquera, chegamos ao Pix do namoro

Pagamento ou paquera? Um dia alguém muito criativo resolveu usar o espaço de descrição das ferramentas de pagamento do Pix para além de sua função de origem. Uma cantada junto com uma transferência bancária, por que não?

O novo método de pagamento e transferência rápida do Banco Central, caiu no gosto da internet. O espaço destinado para a descrever a função do pagamento, vem sendo usado para jogar uma indireta, dar aquele alerta ou até mesmo fazer um convite para o crush, aquela pessoa por quem você tem uma quedinha. Mas como na maioria dos ambientes tecnológicos, a paquera não gostaria de ficar para trás.

Há relatos de pessoas na internet que receberam valores relativamente altos pelo Pix, como no caso da Vanessa Neves, 24. Ela estava no trabalho quando chegou uma notificação no celular no valor de R$100 reais com a seguinte mensagem: "Sabe esse valor? É a porcentagem de probabilidade da gente se ver hoje”. A transferência foi feita por um amigo de um amigo que já vinha dando os primeiros passos para rolar um clima entre os dois. E deu certo!

Outro acontecimento foi com Julio Disan, 28, que conheceu uma garota por um amigo em comum. Ele deu um jeito, arrumou o contato dela e disse que iria interagir de um jeito diferente. Mas como nem todo mundo tem R$100 reais, como o atual namorado de Vanessa, Julio mandou R$0,05 centavos. Com um Pix bem simbólico, Julio mandou: “Qual sua altura? Pra eu saber o tamanho do meu sonho (risos)”. E deu certo também! Julio e Rafaela já estão saindo há quase dois meses.

Pensando nesses aplicativos de paquera, foi que o economista Vagner Castro e, sua irmã, Larissa Castro, criaram o perfil @pixloveers no Instagram, onde as pessoas fazem suas transferências com cantadas e mandam para eles postarem no perfil público para que todo mundo veja e saiba uma boa cantada na hora de mandar aquele pix. O perfil ganhou tanta notoriedade que passou dos 30 mil seguidores em pouco menos de um mês.

OS RELACIONAMENTOS COM O TEMPO

As tecnologias sempre foram os facilitadores das relações humanas, ou seja, a tecnologia e a paquera andam lado a lado há muito tempo, mesmo sem saber. Em meados de 1830, por exemplo, há relatos de que telegrafistas tenham se apaixonado por pessoas do outro lado do mundo e idealizaram a vida com essas pessoas, mesmo sem saber como eram seus rostos. Com o surgimento das rádios, já no século XX, os relacionamentos foram revolucionados mais uma vez. Nessa época, as pessoas gravavam um disco de vinil chamado de fonopostal com suas mensagens de amor e enviavam pelos correios para seus amados.

Logo tivemos a TV com seus programas para encontrar os casais e ao longo dos anos com a internet, já tivemos salas de bate papo e chats, que logo foram substituídos pelos aplicativos de mensagens, até que chegaram às redes sociais e aos aplicativos de relacionamento.

Com esse grande entrelaço entre tecnologia e paquera, foi que além das transformações sociais, aconteceu também a formação de novos casais. Ou seja, facilitou para que muitos casais, que às vezes moram do outro lado do mundo, ou no bairro vizinho, se encontrassem de alguma maneira. Isso também ajudou a aumentar o campo para a escolha de um par romântico, independente da sua idade ou orientação sexual, pois o que vale é estar com quem nos faz bem. Mas um Pix inesperado sempre será bem vindo.