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Folha 2 5m de leitura

Das HQs às telas: "Morbius", fiel às origens e pontual

O diretor Daniel Espinosa e os roteiristas apostaram nas HQs de terror dos anos 1970 e se deram bem

ATUALIZAÇÃO
06 de abril de 2022

Carlos Eduardo Lourenço Jorge/ Especial para a FOLHA
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Imagem ilustrativa da imagem Das HQs às telas: "Morbius", fiel às origens e pontual

O lançamento Marvel que está tirando o sono dos fãs e enfurecendo boa parte da crítica é filme de vampiro, sem muito sangue e sem o humor de autoparódia de um “Venom”. Na mesma velocidade com que a crítica vem massacrando o filme, as bilheterias vêm respondendo positivamente, em evidente prova da adesão das plateias desde sua estreia mundial, há uma semana.

O diretor Daniel Espinosa, sueco de ascendência chilena, e seus roteiristas Burk Sharpless e Matt Sazama , apostaram na fidelidade às HQs de terror dos anos 1970. E se deram bem. Há recorrência à “Entrevista com o Vampiro”, de Anne Rice, e à estreia de Michael Morbius nas páginas de “The Amazing Spider-Man”.

Morbius se converteu, nos anos dourados da Marvel aterrorizante, em personagem recorrente das tramas do escalador de paredes. E também seria personagem de uma série de quadrinhos independentes, que detalhariam suas origens e mitologia. De certa forma, “o vampiro vivo” tornou-se uma criatura imprevisível, torturada e lutando para conter seus impulsos de Mr. Hyde – Robert Louis Stevenson, outra influencia marcante.

Espinosa , que realizou um thriller alienígena, “Life”, terrivelmente perturbador e sub-avaliado, oferece agora à tona esse tortuoso drama humano com um orçamento apertado oferecido por um projeto de estúdio. A Nova York que ele montou a partir de locações em Londres e Manchester é apropriadamente fervilhante e sinistra, enquanto os efeitos visuais especiais são usados ​​principalmente com propósitos de funcionalidade.

A principal curiosidade de “Mobius” está em como a direção abraça a mitologia gótica que o inspirou. Um cientista moribundo que se transforma em uma criatura meio homem e meio morcego em um esforço para se curar de um distúrbio sanguíneo.  Morbius é, para todos os efeitos, um vampiro. Um anti-heroi que acaba se tornando alguém lento e desordenado.. Mas, em grande parte de sua execução, é uma história elegante e intrigante de um homem tentando impedir a mortalidade.

Para sua apreciação e avaliação, se e quando for ver o filme em segunda semana na cidade. “Morbius” é um conto macabro e pessimista na medida certa sobre loucura, arrogância, sofrimento e estranha prática científica. E ambientado num mundo que oferece pouco consolo. Embora em grande parte seja tão previsivelmente familiar quanto seria o esperado, ele consegue algo incomum para um filme como este: ele o entretém, sem que leve você à submissão.

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