O "Fala, Maestro" é um programa para quem gosta, vive e respira música. E não é só o maestro que fala não, o convidado tem espaço privilegiado, assim como os ouvintes. Com 80 edições no ar, a novidade para 2023 é que o programa foi contemplado pela Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) no final do ano passado e, agora, pessoas físicas e jurídicas podem investir no programa. Através da renúncia fiscal, os apoiadores do programa vão ter os valores abatidos no imposto de renda.

O "Fala, Maestro" é conduzido pelo premiado violinista londrinense Roney Marczak e transmitido pela Rádio UEL FM toda sexta-feira, às 18h, com reprises aos domingos, às 22h. Segundo ele, muitas pessoas curtem e se beneficiam do programa e, agora, vão poder auxiliar no desenvolvimento do "Fala, Maestro." As entrevistas semanais veiculadas no programa são gravadas em estúdio, mas, de acordo com ele, com os novos investimentos eles vão poder gravar em diversos locais, inclusive ao ar livre. “Vamos envolver ainda mais essa diversidade cultural que o programa já oferece”, conta.

Marczak explica que as pessoas físicas podem contribuir com 6% e as jurídicas com 4% do valor do imposto de renda. “E a gente faz um recibo que pode ser anexado na declaração do imposto”, ressalta. Segundo ele, poucas pessoas conhecem a renúncia fiscal: “hoje, no Brasil, apenas 1% das empresas apoiam a Lei de Incentivo à Cultura”.

De acordo com o maestro e violinista, com os investimentos, eles poderão até fazer entrevistas em outros estados e com personalidades internacionais.

O PROGRAMA

O "Fala, Maestro"é um programa para quem gosta de música clássica, gospel, funk, MPB ou qualquer outro gênero. O programa estreou em julho de 2021 após um convite da direção da UEL - Universidade Estadual de Londrina. “A ideia era fazer algo voltado para todas as idades, mas com enfoque nas pessoas que querem encontrar na música o seu refúgio. Motivar as pessoas no carro, no trabalho ou junto com a família. Um programa para todos os gostos musicais”, conta.

Roney Marczak: programa na rádio UEL FM oferece diversidade, da música erudita ao funk,entre outros gêneros
Roney Marczak: programa na rádio UEL FM oferece diversidade, da música erudita ao funk,entre outros gêneros | Foto: Divulgação

Toda semana, o musicista recebe convidados que têm alguma história para contar, seja ligada à música ou não, como a presidente da Associação Médica de Londrina, Beatriz Tamura. A edição desta sexta-feira (03) é um especial de volta às aulas: “são dois convidados muito especiais: Roney Filho, de 10 anos, e Wolfgang, de 3 anos, meus filhos. Aqui tudo começa cedo, então eles já cantam e tocam”. Segundo ele, os temas abordados nos programas são relacionados ao que acontece no Brasil e no mundo.

Já no programa do dia 07 de março, o assunto debatido será as oficinas gratuitas de música que estão sendo oferecidas na Escola de Música Sol Maior pelos próximos dois meses. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (43) 99130-9939.

MENINO PRODÍGIO

O londrinense Roney Marczak é um dos prodígios da música: o começo foi aos 6 anos no violino; aos 11 tinha carteira assinada como musicista; e aos 14 já tinha feito mais de 350 viagens de ônibus para estudar em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. O primeiro prêmio internacional também veio aos 14, que possibilitou a ele uma viagem de 90 dias na Europa e um contrato para 15 concertos nas principais cidades do continente.

Ele conta que o suporte dos pais foi essencial para que ele seguisse na carreira. “Os pais não só devem dar oportunidade, mas também acompanhar, porque é isso que faz a diferença”, destaca. Marczak também ajudou a fundar a Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina, a Osuel.

Aos 17 anos, ganhou uma bolsa do governo alemão para cursar música na Escola Superior de Freiburg. Ele concorreu com 900 candidatos para uma das três vagas. Com passagens por diversas instituições e países, ficou 20 anos na Europa. “Eu diria que só não fui para o continente africano e para a Austrália”, relembra.

Roney Marczak voltou para Londrina em 2003 para abrir a Escola de Música Sol Maior e o Projeto Sol Maior, que ofertam aulas de 25 instrumentos. “A cada três alunos pagantes nós damos uma bolsa de estudos”, explica. Hoje, já são 108 bolsistas. “Com a pandemia, alguns alunos saíram, então hoje o número de pagantes não comporta o tanto de bolsistas que nós temos”, ressalta.

Ganhador de 11 prêmios nacionais e internacionais, conta que já encontrou muitas personalidades famosas, mas, para ele, o mais memorável foram os encontros com o Papa João Paulo II. “No último, foram seis horas juntos, que aproveitamos para falar sobre projetos sociais”, conta.