Imagem ilustrativa da imagem Cidade é um oásis da fotografia
| Foto: Acervo:José Juliani/ Londrina em Fotos
Duas imagens de um mestre da fotografia em Londrina: José Juliani. Acima: segunda rodoviária da cidade, atual Praça Willie Davis (1937); abaixo, boiadeiros na Av. Paraná esquina com Duque de Caxias (1938)



Apaixonado pela história de Londrina, o advogado e professor Heraldo Felipe de Faria sempre guardou fotos antigas da cidade e desde 2014 tem compartilhado seu acervo com outros londrinenses através da página "Londrina em Fotos" criada no Facebook. "Tenho uma ligação muito forte com Londrina. Minha família chegou na cidade na década de 1940. Estudo a história da cidade todos os dias. Visito pioneiros e vou extraindo histórias. Meu objetivo quando criei o grupo foi divulgar a história de Londrina por meio de fotos antigas da cidade publicadas com legendas explicativas", conta.

Faria relata que ficou surpreso com o interesse das pessoas em postar imagens e comentar as fotografias publicadas no grupo. "Atualmente temos 27 mil membros de 46 países, incluindo brasileiros espalhados pelo mundo inteiro. Do Brasil, temos pessoas de todos os estados, totalizando moradores de 1.400 cidades", afirma.

O idealizador do "Londrina em Fotos" conta que no início a regra para os membros era postar apenas fotografias antigas. "Com o tempo percebi que essa norma restringia muito o interesse das pessoas. A maioria quer ver imagens bonitas e coloridas e não apenas fotografias antigas em preto e branco. Então mudei a regra. A pessoa pode postar uma foto atual que eu mesmo procuro, uma foto antiga daquele mesmo local e faço um comparativo. Por exemplo, postei uma foto do prédio construído na esquina das ruas Santa Catarina com a Minas Gerais, e explico na legenda que onde hoje funciona uma agência bancária antigamente era o prédio da prefeitura da cidade que foi construído em 1942 e demolido em 1970", exemplifica.

Imagem ilustrativa da imagem Cidade é um oásis da fotografia



Com um acervo de aproximadamente 50 mil fotografias publicadas no grupo, Faria conta que dedica cerca de três horas por dia para monitorar as postagens diárias. "Peço que todos incluam uma descrição da foto em até cinco linhas e o nome do fotógrafo. Só não admito a postagem de comentários sobre política, religião ou economia. As pessoas podem postar fotos de família, desde que seja antiga e mostre edificações e locais conhecidos da cidade. Por exemplo, imagens de casamento ou batismo feitas em frente à Catedral antiga que foi demolida na década de 60 ou qualquer outro espaço público de Londrina", enfatiza.

Segundo ele, as fotografias com maior número de curtidas e comentários são as que remetem a ligações afetivas em relação ao local registrado. "A postagem de uma fotografia do carrossel de uma antiga loja de calçados que funcionava no centro da cidade nos anos 1970 rendeu 900 curtidas", relata. Faria ressalta que a relevância das imagens postadas no grupo o inspirou a reunir algumas fotografias históricas em um livro. "O primeiro volume do livro 'Londrina em Fotos' reunirá 434 fotografias da cidade produzidas entre 1929 e 1970. O lançamento vai acontecer em maio", informa.(M.R.)