No último dia 7 a Confederação Brasileira de Futebol divulgou os novos uniformes da seleção brasileira para os jogos da Copa do Mundo, que ocorre no Qatar, país da península árabe, a partir do dia 20 de novembro. A coleção ‘’Veste a Garra’’ possui camiseta verde e a tradicional amarelinha, ambas com estampas inspiradas na onça-pintada. Conforme as redes sociais da CBF, a peça pretende ser a ‘’camisa que une todos os brasileiros’’ e tem o valor de R$349,99.

Entre críticos e amantes do novo uniforme, as reações nas redes sociais permeiam diversos caminhos. ‘’Camisa feia é sinal de título, vem hexa!’’ escreveu um internauta, comparando a nova amarelinha com as usadas em 1998 e 2002, anos da conquista do tetra e do pentacampeonato pelo Brasil, respectivamente. As pintas de onça, ‘’representantes da garra brasileira’’, também geraram comentários em alusão à novela Pantanal, remake atualmente exibido pela TV Globo. ‘’Parece um mix de camisa de fã clube do filme ‘Procurando o Nemo’ com Pantanal’’, escreveu outro internauta sobre a versão azul do uniforme.

Confira o vídeo oficial:

DESPOLITIZAÇÃO

O constante uso político do uniforme da seleção brasileira desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, é um dos fatores pelos quais a CBF e a Nike (fabricante do uniforme), direcionam as ações de marketing para um contexto de união e proximidade com os jovens.

Promovendo o encontro entre o orgulho dos brasileiros e a cultura jovem do país, o vídeo de divulgação da campanha tem a presença do rapper Djonga, o funkeiro MC Hariel, o streamer Gaules e Babi, os jogadores Richarlison, Rodrygo, Philippe Coutinho, Matheus Cunha, Marquinhos e Adriana, o ex-jogador Ronaldo, os atletas Paulo André e Rafaela Silva, e o líder do projeto Meninos Bons de Bola, Raphael Martins.. A trilha sonora é dos rappers N.I.N.A e Febem

Figura relevante da nova geração, Djonga celebrou a possível ressignificação do uniforme. ‘’Pelos meus irmãos e irmãs que sempre quiseram ter uma dessa (camisa) , para os que gostam de usar e pararam de se sentir à vontade’’, declarou em suas redes sociais.

Na internet, os fãs do cantor e torcedores também celebraram afirmando que agora podem comprar a nova camisa ‘’em paz’’. O rapper já tinha evidenciado o desejo em resgatar a amarelinha em um show em abril, no Estádio do Mineirão em Belo Horizonte (MG), onde declarou-se contra o seu uso partidário, ‘’eles se apropriam do tema família, se apropriam dos nossos símbolos, se apropriam de tudo. Mas é o seguinte: é tudo nosso e nada deles’’, disse, animando o público. O episódio levantou debates sobre o resgate de símbolos nacionais.

PROCURA

Outra alternativa utilizada pela fabricante para se afastar do âmbito partidário foi proibir a customização de camisas com os nomes do atual presidente e dos presidenciáveis. A proibição se estende para palavras de cunho religioso, político, racista ou palavrões. Todavia, os internautas perceberam que palavras que remetem a religiões de matriz africana foram proibidas, enquanto as de outras crenças estavam liberadas. Para a Folha de S. Paulo, a Nike explicou que o erro foi corrigido.

Embora o esforço seja direcionado à amarelinha, somente a versão azul do uniforme foi esgotada no site da fabricante após duas horas do lançamento oficial.

Supervisão: Célia Musilli/ Editora

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. | Foto: iStock

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