Os versos poéticos de “Trem Bala” transformaram a canção numa das músicas mais executadas nas rádios em 2017 e projetaram nacionalmente o nome da autora londrinense Ana Vilela. Desde o lançamento, o hit com que incentiva os ouvintes a aproveitarem cada instante da vida tornou-se um dos mais tocados em festas de casamento, formaturas, batizados e outros eventos familiares. Porém, a intolerância que assola o mundo contemporâneo acabou fazendo com que a jovem cantora compositora londrinense adotasse um discurso menos positivo em relação à humanidade.

Afirmações recentes feitas por Ana Vilela têm causado alvoroço nas redes sociais. “Gente esquece o que eu disse negócio de segura teu filho no colo, laia laia laia. O mundo é um lugar horrível eu desisto”, declarou a londrinense ao comentar que “Trem Bala diz que a vida era rápida, não boa. Vocês entenderam errado”. A artista mandou até um recado para os haters que criticam as mensagens positivas presentes em seu maior sucesso. "Anuncio a todos os que acham um porre a positividade de Trem Bala que a minha próxima música é um grande: estou cansada desta m* acho q vcs vão amar”.

Em entrevista à FOLHA por telefone, a cantora que atualmente mora no Rio de Janeiro explicou que sua insatisfação não se refere à canção que transformou sua vida. “Eu disse essas frases no Twitter, onde faço brincadeiras. Era 100% brincadeira e a galera levou a sério. Mas eu continuo adorando a música Trem Bala”, ressaltou ao confessar que apesar das afirmações em tom de brincadeira, às vezes sente dificuldades de manter esperançosa diante do atual cenário nacional. “Tenho visto o mundo com um pouco de pessimismo. As pessoas estão se tratando mal pra caramba, sendo agressivas na internet. Muita gente morrendo na pandemia. Está muito difícil manter a esperança”, admite.

As reflexões de Ana em torno do momento de intolerância que a humanidade atravessa estão presentes nos versos do single “Tanta Gente”, que ela acaba de lançar. “Tanta gente empenhada em mudar a gente / Tanto amor a gente gasta por ser dependente / Tanto caso a gente cria só por ser carente”, dizem os versos da música composta por Guga Peixoto e Bruna Trindade. A música que já está disponível nas plataformas digitais ganhou um clipe dirigido por Alice Demier. “Quero que ouçam como um alerta, tipo: precisamos parar para falar sobre isso! Nos curar como sociedade no geral”, espera Ana. Para ela, é hora de voltar a colocar amor nas ações. Pensar em conjunto para chegar a um bem maior.

Questionada se já foi vítima de intolerância na internet pelo fato de levantar a bandeira em prol das causas LGBTQIA+ e compartilhar abertamente com o público o fato de ser casada com outra mulher, a londrinense é enfática. “O ambiente da internet é muito hostil. As pessoas acham que podem falar o que quiserem. Tenho muitos haters, mas não me incomodo com eles pois tenho consciência de que quando agridem uma foto minha, isso tem muito mais a ver com a própria pessoa que agride do que comigo. É um problema dela, talvez pelo momento que ela esteja passando e não um problema comigo. Mas geralmente recebo muito mais carinho dos fãs, pois Trem Bala trouxe um público muito família”, ressalta.

Morando em um apartamento com vista pro mar na Barra da Tijuca, bairro nobre da zona sul do Rio de Janeiro, Ana diz que sente muita falta de Londrina. “Acho o Rio lindo, mas toda a minha família continua morando aí. Só não volto por enquanto, pois pra viajar para fazer shows em outras cidades estando em Londrina a gente depende de muitas conexões de voos e acaba atrasando tudo. Tenho a maior ligação com a cidade e sempre que posso volto para rever minha família e meus amigos. Adoro Londrina”, enfatiza.

Com a rotina alterada por conta da pandemia, a cantora diz tem aproveitado o período de isolamento para aproveitar a companhia da esposa, Amanda. “Desde que a gente se casou não tínhamos ficado tanto tempo juntas devido a viagens a trabalho. Tem sido muito bom ficar em casa, cuidar dos cachorros, jogar videogame, ver séries e cozinhar. Acho que quando tudo isso acabar vou até sentir falta dessa rotina”, comenta ao revelar que está preparando novas músicas para serem lançadas ainda este ano. “Estamos produzindo algumas surpresas. Acho que os fãs vão adorar”, adianta.

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Canção de amor com pegada pop

A interpretação da música “Saia de Mim” chamou a atenção do público que assistiu aos shows que a cantora Marina Madi apresentou em palcos londrinenses pouco antes do início da pandemia, marcando a estreia da artista no cenário musical da cidade. “Muita gente vinha me perguntar onde poderia ouvir novamente essa canção de amor. Devido a essa repercussão, resolvemos gravar a música e disponibilizá-la nas redes sociais juntamente com um clipe gravado no final do ano passado”, relata a artista sobre o single recém-lançado nas plataformas digitais pelo selo Palhano Music.

“Saia de Mim é uma música de fala de separação e que foi composta há uns oito anos para o espetáculo Almanaque, encenado pela Cia Funcart”, comenta o dramaturgo Silvio Ribeiro, autor da música que foi apresentada a Marina Madi há dois anos. “Sugeri que ela a cantasse em seu show de estreia, que foi dirigido por mim. Ela adorou a ideia e deu uma interpretação maravilhosa para a música, além de ter um desempenho excelente no clipe pelo fato de também ser atriz”, relata o diretor que também assina a direção do clipe da canção em parceria com Renan Cavalari.

Influenciada por astros da MPB, como Marisa Monte, Elis Regina e Gilberto Gil, Marina começou a cantar em 2018. “Me descobri na música quando comecei a fazer aulas de violão. Fiz shows em bares e restaurantes de Londrina antes da pandemia e ao longo desse ano ainda pretendo gravar e lançar outras músicas”, afirma a cantora.

Na gravação de “Saia de Mim”, Marina Madi foi acompanhada pelos músicos Vitor Struck (guitarra), Leonardo Constâncio (bateria), Vinícius Lisboa (baixo) e Monique Kodama (vocais). Gravado na sede da Funcart (Fundação Cultura Artística de Londrina), o videoclipe da música pode ser visto no Youtube pelo link www.youtube.com/watch?v=N1m0ZDYFWh0

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