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Folha 2 5m de leitura

Caçada aos fósseis e outros tesouros

ATUALIZAÇÃO
25 de outubro de 2016

Marian Trigueiros<br>Reportagem Local
AUTOR

Alunos fizeram escavações em busca de fósseis de plantas e animais: atividade enriquece o conhecimento teórico sobre uma profissão fascinante
Sistema de irrigação oferece uma "ducha" para se refrescar em dias de calor durante o passeio



Entre as profissões que mais permeiam o imaginário infantil estão aquelas que parecem ter uma certa dose de aventura e ausência de rotina. Cientista, piloto de avião, astronauta, policial e atleta estão no topo da lista. Não pode-se esquecer, ainda, os historiadores e suas atividades de campo, como arqueólogo e paleontólogo, que também chamam a atenção da criançada por todo mistério e passos do planeta que acabam desvendando.

Enquanto a primeira é dedicada ao estudo das civilizações a partir da análise de vestígios materiais deixados, como fragmentos de cerâmica, ferramentas, instrumentos de caça e restos de alimentos, a segunda se dedica ao estudo de fósseis, ou seja, dos restos (dentes, ossos, conchas, sementes, troncos) ou vestígios (pegadas, ovos e até fezes) de organismos com milhares de anos. Uma verdadeira viagem no tempo, que remete até mesmo à época de dinossauros, há milhões de anos.

Já pensou poder vivenciar de perto um pouquinho da experiência em ser desbravador do tempo numa aula viva? No Jabuti – Lazer e Conhecimento isso é possível, já que, no espaço, estudantes da educação infantil até o nono ano participam de roteiros pedagógicos, pelas chamadas estações temáticas, as quais possuem estrutura científica e visual necessária para abordar o tema. Um deles leva, exatamente, a esse universo desconhecido.

Alunos do quarto ano da Escola Municipal Nina Gardemann (região Oeste), participantes do Programa Folha Cidadania, estiveram no espaço realizando o passeio "A descoberta do tesouro fóssil", em que o grupo é estimulado a utilizar mapas, bússolas e os pontos cardeais para encontrarem os fósseis enterrados na Estação da Pedra Lascada. Antes, porém, passam por várias paradas e recebem informações de forma lúdica. "Vocês sabem o que são fósseis? São restos de animais e vegetais que viveram há muitos, mas muitos anos", explica o monitor Chuchu.

Em seguida, passam pelo Museu Fóssil, onde puderam tocar com as mãos réplicas em alto relevo de plantas e animais, e obter informações do local em que foram encontrados e suas especificações. O passeio continua com a trilha no meio da mata, quando são guiados por um mapa, sempre com uma dose de diversão e aventura. "Essa aqui é a área de preservação ambiental dentro do Jabuti. Observem a floresta, os sons, as diferenças de temperatura e alguns animais", orienta a monitora Bombom. Dali, seguem para um breve descanso na "Nave do Conhecimento", para degustarem um caldo de cana fresco, colhido do próprio espaço.



Após receberem informações sobre botânica, diferentes culturas da região e benefícios da alimentação saudável, vão direto ao minhocário. Lá, têm a oportunidade de remexer a terra e pegar com as mãos as minhocas, ver sua estrutura de perto e vencer os medos. "As minhocas são animais invertebrados e possuem 12 pares de coração, sabiam?", diz a monitora. A aventura segue para a "Casa do Jabuti", espaço em que vivem vários animais dessa espécie e a criançada pôde ver a diferença entre machos e fêmeas, pela curvatura da barriga do bicho, tocar o casco e ver uma engraçada competição de corrida entre eles.

Por fim, os alunos vão à Estação da Pedra Lascada, onde têm a experiência de serem pequenos paleontólogos. Com a colaboração do Museu de Geociência da Universidade de São Paulo (USP), a estação disponibiliza uma coleção de réplicas de fósseis. Munidos de pincéis, começavam as pequenas escavações para encontrar os fósseis do tigre-dente-de-sabre, tubarão gigante, morcegos e dezenas de ovos. "Vocês vão usar pincéis para as escavações porque é preciso muito cuidado para não estragar os restos fósseis."

Segundo Adriana Kerche, coordenadora do espaço, muito do que os alunos aprendem em sala de aula só passa a fazer sentido quando vivenciado. "O que era apenas uma ideia, uma imagem, um texto torna-se real, visual e palpável, ampliando as experiências vividas, emoções sentidas e conceitos aprendidos pelo contato direto com a natureza" A proposta pedagógica do Jabuti obedece aos mesmos critérios pedagógicos utilizados pelas escolas. O aluno é desafiado, o tempo todo, a ampliar conhecimento experimentando atividades pedagógicas de forma interdisciplinar, sempre sob o acompanhamento de monitores treinados e especializados.

Além do passeio "A descoberta do tesouro fóssil", o Jabuti dispões de passeios com outros temas, como "Mergulho no planeta Terra", "Amigos da sustentabilidade", "Rainha doce e sua colmeia", "Um dia no campo", "Fábrica de Aves" e o mais recente inaugurado "Parque Aquático Navio Pirata", que oferece uma enorme piscina com uma estrutura de concreto armado e aço naval na forma de um navio, proporcionando uma imersão no universo das navegações, ambientada no período histórico do movimento pirata dos séculos XVI a XVIII.

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