Muitas vezes o público tende a confundir os atores com seus personagens. Foi assim com Beatriz Segall, quando fez a pérfida Odete Roitman, em ‘‘Vale Tudo’’, e era xingada na rua. Ou com André Gonçalves, que recentemente envolveu-se numa briga por ter sido chamado de homossexual, como o personagem Sandrinho, que fez em ‘‘A Próxima Vítima’’.
Zezé Polessa também passa por estes problemas. Mas as propostas têm um tom mais de convite do que de ofensa. ‘‘Vivem me chamando para soltar pipa’’, diverte-se Zezé. Soltar pipa acabou sendo o código entre Marinelza e seu amante Moa, vivido por Johnny Rudge, quando ela queria transar e o interrompia enquanto ele estava empinando papagaio.
A falsa bunda da personagem também causa frisson. Como Zezé idealizou Marinelza como uma brasileira típica, que teria sido um daqueles protótipos de babá gostosona, optou por usar uma calcinha com enchimento para lhe aumentar os atributos. ‘‘Me olham para ver se eu tenho aquela bunda mesmo’’, espanta-se.
Mas, às vezes, as confusões do público causam algum mal-estar. Outro dia, quando Zezé estava com o namorado Paulo José na academia onde faz ginástica, um rapaz perguntou a uma das serventes se ela não era aquela que traía o marido. Rapidamente, a servente tratou de desfazer o mal-entendido, afirmando que a traidora era a Marinelza. ‘‘Foi constrangedor’’, desabafa Zezé.
Quando ainda estava casada com o também ator Daniel Dantas, Zezé passou por uma situação semelhante. Só que dessa vez foi por causa do personagem do ator, que era um marido traído na minissérie ‘‘Quem Ama não Mata’’, de Euclydes Marinho. Os dois estavam andando na rua quando um rapaz passou de carro e chamou Daniel de corno. ‘‘Ficou aquele mal-estar durante uns três minutos, depois a gente lembrou do personagem. As pessoas confundem um pouco’’, diz, magoada.