Brasília tenta mudar imagem para incentivar turismo
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domingo, 08 de outubro de 2000
Mary Persia de Oliveira Agência Estado
O trabalho ainda é o motivo que mais leva visitantes à Brasília. Mais de 60% das reservas em hotéis são destinadas a quem faz viagem de negócios. O restante divide-se em eventos (18%), treinamento (14%) e apenas 5% correspondem ao lazer.
Para aumentar este último número, a cidade quer investir no chamado turismo cívico aquele focado na história e nas Instituições do País. O assunto esteve em pauta durante a Tour Brasília 2000 - 4ª Feira de Turismo de Brasília, encerrada ontem.
Eraldo Alves da Cruz, vice-presidente de assuntos politicos e institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Distrito Federal, destaca que Washington, capital dos Estados Unidos, recebe milhões de visitantes por ano. São famílias, estudantes e idosos que vão conhecer os memoriais, o Congresso Nacional e a Casa Branca nas sextas e sábados. Nos finais de semana, lá, tem o turismo cívico. Aqui, não tem nada, critica.
A solução seria incrementar os pontos de visitação de Brasília. O Memoria JK (Juscelino Kubitschek), por exemplo, é uma coisa fria, sem apelo, sem emoção. Alguma grande empresa poderia adotá-lo, fazer salas de projeção, criar mais atrativos lá. O turista tem que gastar três horas no local e se emocionar, considera Cruz. Já o Palácio do Planalto poderia ter um museu de cera com bonecos dos ex-presidentes da República, para que o turista fosse até lá tirar fotos ao lado deles.
Cruz lembra que o turismo tem impacto sobre 52 segmentos incluindo-se engraxates, taxistas e diversos outros profissionais - e que a cidade, na falta de indústrias, comércio e agricultura, tem mesmo de investir no setor. Para isso, não é preciso dinheiro do governo. É preciso patrocínio privado e imaginação.