Banda Jovem Dionísio fez um show energético em Londrina
Vitrola Bar recebeu o talento dos meninos curitibanos na noite de domingo (4); confira a entrevista da banda à FOLHA
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terça-feira, 06 de agosto de 2024
Vitrola Bar recebeu o talento dos meninos curitibanos na noite de domingo (4); confira a entrevista da banda à FOLHA
Pamela Destacio/ Especial para a FOLHA
O segundo show da banda Jovem Dionísio em Londrina foi marcado por casa cheia, fãs ansiosos e energia de sobra. Os meninos hidratados, como são conhecidos, se apresentaram na noite de domingo (4), no Vitrola Bar, durante a “Cadeiraria Tour”.
O repertório trouxe os hits indispensáveis que consolidaram o grupo curitibano em apenas cinco anos de carreira e faixas do segundo álbum, “Ontem Eu Tinha Certeza (Hoje Eu Tenho Mais)”, lançado em maio deste ano.
Apesar de recente, o público cantava em uníssono cada canção, até ir ao delírio com as mais conhecidas, como “Acorda Pedrinho” e “to bem”. Esta última estourou nas redes sociais em junho, ao virar a trilha sonora preferida de internautas que gravavam o próprio visual ao som do trecho: “Aaaah, cê reparou que eu me arrumei? Ah, tô bonitinho”.
Do palco, Bernardo Pasquali (vocal), Rafael Mendes (guitarra), Gustavo Karam (baixo), Bernardo Hey (teclado) e Gabriel Mendes (bateria) esbanjaram simpatia, talento e descontração. Quem do público não sabia a letra de cor, rapidamente aprendia e soltava a voz com a banda.
Para a FOLHA, os músicos compartilharam as emoções antes do show e deram detalhes dos bastidores da criação do novo álbum e da turnê que rodará o Brasil nos próximos meses.
Confira o bate-papo:
Como foi a produção do segundo disco e o que ele representa pra vocês nessa fase atual do Jovem Dionisio?
Ber Pasquali - A produção desse disco começou em janeiro de 2023. A gente fez três retiros para gravar esse disco, então fazíamos viagens para fora da nossa cidade, levando nossos equipamentos, e montava estúdio em casa de amigos ou casa que às vezes a gente alugava para poder passar um tempo gravando músicas. Parte foi produzida em São Paulo, então acho que foram quatro ou cinco músicas produzidas lá.
Acho que o segundo disco começa a contar mais coisas sobre a banda do que um primeiro disco, porque acho que um primeiro disco é só você se expondo para o mundo, sabe? Só botando para fora tudo que vem. Acho que nesse segundo disco, precisamos dar mais atenção às nossas vontades, tanto narrativamente para o que falar dentro das músicas, com as letras, como nos estudos dos ritmos e dos timbres que a gente usou dentro delas. Então, acho que esse segundo disco parece um irmão, entre aspas, um irmão mais velho do primeiro disco. Mas ele é mais novo, então não tem nada a ver, é uma comparação totalmente errada. (risos) Mas parece, né? Tenho essa sensação. Acho que talvez esse seja meio que o lugar dele: ele tem relações com o primeiro disco, mas também não tem nada a ver, ele é uma parada por si só.
A Cadeiraria Tour começou em 27 de junho em Curitiba. Com ela, a banda passou apenas por Sorocaba e Maringá, antes de Londrina. Já deu para ter uma ideia da recepção do público até agora para o último trabalho?
Ber Pasquali - A recepção da tour está sendo muito, muito boa. Comparando com a primeira, acho que nos primeiros shows da nossa primeira tour, “Acorda Pedrinho”, a gente ainda estava descobrindo o que era fazer show, e também errando muito mais do que erramos agora, no começo dessa segunda tour. Acho que tudo o que a gente aprendeu na primeira está servindo de insumo para poder fazer essa segunda tour bem mais divertida no palco.
Acho que o show é muito mais fluido, estamos conseguindo contar muito mais histórias, que é realmente o que a gente mais gosta. É contar histórias, seja através de uma música que fale sobre um sentimento ou, literalmente, contando uma história sobre alguém, algum amigo ou de alguém internamente. E a Cadeiraria é um símbolo que encontramos para falar sobre o nosso trabalho. Depois da primeira tour, entendemos que, pô, fazer música é o nosso trabalho. Então criamos este mundo, a Cadeiraria, onde fazemos cadeiras, que na real as cadeiras são as músicas que a gente faz. Tentamos metaforar a nossa relação com o trabalho laboral de fazer música, porque tem muito da nossa produção musical que realmente é um trabalho laboral, de botar a mão na massa, de você realmente clicar nos botões ali e ir fazendo as coisas. E grande parte é um trabalho emocional mesmo, de você ir sentindo as coisas. Acho que nesta tour estamos conseguindo contar essa história do que é o nosso espaço interno, o que é o nosso trabalho, no fim das contas.
Vocês têm uma base de fãs considerável, com 2,6 milhões de ouvintes mensais na maior plataforma de streaming de música. Como vocês lidam com essa popularidade repentina e crescente?
Gabriel Mendes - A gente não esperava por isso, desde a primeira música que lançamos. Optamos por ser uma banda com os costumes que a gente já tinha, de mostrar o que a gente já era. Ser uma banda entre amigos, mais do que qualquer outra coisa. Já no primeiro álbum não pensamos que íamos fazer sucesso, porque optamos por fazer uma música que era o que a gente gostava e não o que estava acontecendo de sucesso, de fato. O que estava no topo era sempre o sertanejo, o funk, o pagode chegando lá, mas nunca um pop alternativo. E quando chegou foi um susto para todo mundo, mas todo mundo ficou muito feliz. Embarcamos numa aventura, assim, de marés turbulentas, ficamos vivendo aquilo e estamos vivendo até hoje uma sequência disso. E, hoje, não esperávamos muito desse álbum também, porque foi a mesma coisa, mas optamos pelos estilos que gostamos e não pelo que estava acontecendo de tendência.
Em pouco tempo de carreira vocês já fizeram até uma turnê internacional. Como foi essa experiência?
Gabriel Mendes - Maluca. Lá fora foi maluco. Tocamos em Londres, Dublin, Barcelona, Madrid, Paris e Portugal, e foi impressionante ver que tem muitas pessoas que escutam a gente lá também. Em Portugal é bizarro, porque, por mais que a galera escute bastante música brasileira, eu nunca achei que ia escutar as nossas músicas ali. Temos um amigo que já escutou música nossa tocando até em rádio, então é meio inacreditável para falar a verdade.
Como estão as expectativas para receber os fãs daqui pela segunda vez?
Gustavo Karam - A última vez que tocamos aqui em Londrina foi há dois anos e foi uma experiência bem maneira já. A galera daqui estava muito animada, Mas acho que a principal diferença do último show para esse é que o primeiro foi no Teatro Marista e esse vai ser agora num bar, e gostamos de fazer show em bar. Somos uma banda que veio disso, a gente se criou tocando muito em bares, adoramos isso, e aqui tem esse lance, de ficar perto da galera. Então, para mim, a expectativa para esse show estava bem alta. Eu estava bem animado com ele, bem ansioso o dia inteiro, ansioso com esse show, enfim, animadaço.
Ber Pasquali - O show de bar tem uma outra energia que no teatro não tem. O teatro tem mais estrutura, tamanho de palco e tal, tem mais lugar para as coisas e o som normalmente é mais direcionado, mas acho que o bar traz mais emoção, mais calor, o que o teatro não tem. Essa é uma turnê que tem coisas que a gente fez na nossa primeira turnê, com músicas que eram do primeiro disco ou músicas que também não estavam em nenhum disco. Mas as novas coisas do show que a gente traz pela primeira vez a Londrina são o que me deixam mais ansioso, de só querer subir no palco, aproveitar e torcer para que o show demore pra acabar, para gente poder aproveitar “afu”, como eles falam.