Atores voltam ao Calçadão para gravar 'Assalto à Brasileira'
Depois da chuva dar uma trégua, elenco volta ao Calçadão de Londrina, nesta quinta (5), para cenas importantes
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quinta-feira, 05 de dezembro de 2024
Depois da chuva dar uma trégua, elenco volta ao Calçadão de Londrina, nesta quinta (5), para cenas importantes
Celia Musilli
Quem mora no Calçadão, nas imediações de onde foi a antiga agência do Banestado, em Londrina, acordou na manhã desta quinta-feira (5) com gritos e aplausos.
Era o elenco do filme Assalto à Brasileira que, depois da chuva que impediu as filmagens nos últimos dias, voltou para iniciar a gravação de uma das cenas mais importantes do filme: a negociação entre Moreno (Christian Malheiros) - chefe da quadrilha que assaltou o banco - e os policiais.
Tudo foi bem acompanhado por duas plateias: a dos figurantes que encenam a multidão que se reuniu diante do banco em 1987, e o público de hoje, incluindo pessoas que não perdem uma cena do filme sendo gravada. "Estamos assistindo de camarote", dizem alguns.
Após as chuvas, que ainda ameaçam a sequência das filmagens, o ator Murilo Benício voltou a Londrina na madrugada desta quinta-feira (5) para dar sequência à sua interpretação do repórter Paulo Ubiratan, que trabalhou na Folha de Londrina e transformou-se num dos personagens mais interessantes da história real que agora vai para as telas, sob a direção de José Eduardo Belmonte.
MULTIDÃO EM CENA
Nas gravações desta manhã, a cada vez que Christian Malheiros aparecia na pele de Moreno para "negociar" com os policiais da história, alguém na multidão tentava ultrapassar a fita de segurança colocada para que as pessoas não ocupem o espaço das filmagens.
No centro de tudo, vestidos com roupas de época, os figurantes repetiam várias vezes a mesma tomada, aplaudindo a cada vez que Malheiros aparecia em frente ao banco, já que o ator se revezava entre as gravações no interior da antiga da agência bancária e as gravações na rua.
UM LONDRINENSE EM CENA
Junto aos figurantes, o londrinense
Paulo Castro, ex-ator de teatro do Grupo Proteu, criado e dirigido por Nitis Jacon em 1978, vestia roupas de época preparando-se para fazer a cena mais tarde, quando o ator Paulo Miklos - que também faz parte da banda Titãs - começasse a gravação interpretando um comandante da PM.
Enquanto aguardava sua vez de gravar, Paulo Castro falou sobre a diferença entre fazer teatro e cinema: "Cinema é outra linguagem, demanda uma série de repetições para gravar a mesma cena, enquanto no teatro fazemos os ensaios e, no palco, o ator já está pronto para viver seu personagem."
Além ter participado de espetáculos antológicos do Grupo Proteu, como A Peste, Bodas de Café e Transgreunte Ascendente Aquarius, Paulo também já fez cinema. Ele participou dos filmes Gaijin 2, dirigido por Tizuka Yamazaki em Londrina, e Sílvia, dirigido pelo cineasta londrinense Rodrigo Grota, entre outras produções.
Para ele, as gravações de Assalto à Brasileira em Londrina, além proporcionar trabalho para os atores locais, movimenta hotéis e restaurantes, oferecendo ainda a oportunidade de reencontro de pessoas que não se viam há muito tempo, amigos de outros momentos vividos no teatro e no cinema.
De cena em cena, Londrina se transforma, atraindo a atenção de seus próprios moradores sobre a importância da Cultura, com o apoio e a preservação de produções que põem a cidade em contato direto com a arte, para que todos compreendam melhor o valor da economia criativa que traz trabalho e recursos para a cidade.
Assalto à Brasileira é uma coprodução entre a +Galeria, a Santa Rita Filmes e o Grupo Telefilms. O filme, que deverá estrear em dezembro de 2025, tem o apoio da FOLHA.