A carreira da apresentadora Eliana vai de vento em popa. Além do sucesso de seu programa, ela vai protagonizar seu primeiro filme e pode ganhar o Grammy Latino em setembro
Apesar de loura, Eliana se diferencia das apresentadoras infantis. A paulistana de jeito meigo é quem mais se aproxima do estilo educativo sem cair na pieguice. Tanto que o ‘‘Eliana & Alegria’’, apesar de ter apenas um desenho em três horas de duração, mantém a média de 8 pontos e bate picos de 15 no Ibope. Mas o indício definitivo da qualidade do trabalho desta descendente de russos é que no dia 13 de setembro ela vai estar concorrendo ao Grammy Latino. Isso sem vender milhões de discos como as globais Xuxa e Angélica, já que o álbum ‘‘Primavera’’, de 1999, indicado na categoria Infantil, atingiu a marca de 250 mil cópias. Se não bastasse, Eliana lança seu oitavo disco solo, prepara um programa voltado para o público adulto na Record e ainda vai protagonizar o primeiro filme de sua carreira, com direção de Tizuka Yamazaki. ‘‘Sou ambiciosa. Meu objetivo é me tornar uma grande comunicadora’’, confessa.
A senha para perceber a intenção de Eliana em ‘‘se tornar uma grande comunicadora’’ pode ser decifrada na intenção de comandar uma produção noturna. A apresentadora de 27 anos deixa claro que pretende, aos poucos, mudar a imagem ligada exclusivamente ao público infantil. ‘‘Quero atingir a família inteira. Trabalho para chegar neste patamar’’, afirma Eliana. A prova é que a apresentadora fechou com a Record para estrear uma produção noturna semanal, provavelmente aos sábados ou quartas. Um dos ganchos do programa será abrir espaço para calouros. Mas Eliana admite que é um passo delicado em sua carreira. ‘‘Tenho receio de errar’’, reconhece.
No entanto, Eliana pode conquistar um feito inédito entre as apresentadoras infantis brasileiras: o Grammy Latino. É a primeira vez que o Brasil tem um concorrente na categoria Infantil. Eufórica, a bela apresentadora de 1,62 m e 50 kg se deslumbra com a oportunidade de estar lado a lado com estrelas da música latina nos Estados Unidos, como Rick Martin, Gloria Stephan e Jon Secada. No dia 11 de setembro ela embarca para Los Angeles para participar da entrega de prêmios do evento, que acontece no dia 13. O álbum ‘‘Primavera’’ concorre com dois discos mexicanos, um americano e outro espanhol. ‘‘Só em ser indicada já é uma vitória’’, vibra a ex-cantora do Banana Split e As Patotinhas. Antes de ir para a festa de premiação, a apresentadora vai divulgar o oitavo disco de sua carreira, batizado com o próprio nome. O CD tem produção de Guto Graça Mello e músicas de Evandro Mesquita e Ivan Lins, entre outros. ‘‘O Ivan fez uma canção sobre o amor e o Evandro sobre drogas. É um luxo contar com estes compositores’’, orgulha-se.
A prova de que Eliana busca uma interação entre as carreiras de cantora e apresentadora é que o novo disco traz duas músicas referentes ao desenho ‘‘Pokémon’’. Uma dedicada especialmente ao personagem Pikachu. Para desespero da concorrência – a Globo exibe a contrafação ‘‘Digimon’’ –, o programa lança em setembro o terceiro ano do ‘‘Pokémon’’. ‘‘A diferença agora é que os pokémons começam a ter família. Vai ter a mamãe, o papai, o filhinho e por aí vai’’, empolga-se a apresentadora. Com mais dois anos de contrato com a Record, Eliana faz questão de frisar que o ‘‘Eliana & Alegria’’ se diferencia da concorrência por não ser um mero exibidor de desenhos. Mas é incontestável que ‘‘Pokémon’’ – geralmente alcança dois dígitos de audiência –, é a principal arma do ‘‘Eliana & Alegria’’.
Mesmo que seja o único desenho da produção, exibida das 9 às 12 h. ‘‘São mais de duas horas ao vivo e 20 minutos de Pokémon. É injusto falar que só temos Ibope pelo desenho’’, ressalta. Mas a empolgação é mais visível quando Eliana fala do primeiro longa que vai protagonizar. Sob a direção de Tizuka Yamazaki, a mesma que fez os filmes de Angélica e Xuxa, a apresentadora espera estrear ‘‘Eliana em Somos Amigos’’ em julho de 2001.
Primeiramente cotado para se passar no Nordeste, agora a produção vai explorar a fauna e flora do Pantanal. A trama conta a trajetória de uma menina pobre que subiu na vida. A história é inspirada em Eliana, que veio de uma família simples e hoje tem mais de 100 produtos licenciados e recebe R$ 250 mil só de salário mensal da Record. ‘‘Minha vida é bonita de se contar’’, emociona-se a apresentadora.