SÃO PAULO - Fernanda Torres foi indicada ao Oscar de melhor atriz por sua performance em "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles. Em paralelo, o filme concorre às categorias de melhor filme e melhor filme internacional.

Torres é a segunda brasileira indicada à categoria de atriz. A primeira foi sua mãe, Fernanda Montenegro, que competiu com o filme "Central do Brasil", também dirigido por Salles, em 1999. Quem saiu vitoriosa da cerimônia na ocasião foi Gwyneth Paltrow, que estrelou em "Shakespeare Apaixonado".

A atuação de Torres também lhe rendeu o Globo de Ouro de melhor atriz em drama, mas ela não ficou entre as indicadas ao SAG Awards, o prêmio do Sindicato dos Atores, que costuma ser um termômetro para o Oscar. O mesmo aconteceu com sua mãe, em 1999.

A revista americana Variety, especializada na cobertura de cinema, já havia destacado a atuação de Torres como uma das candidatas preferidas da temporada, ao lado de estrelas como Demi Moore e Cynthia Erivo, de "Wicked".

O filme é a produção nacional com a maior bilheteria desde a pandemia, faturando mais de R$ 73 milhões desde sua estreia em novembro, e um público superior a 3,3 milhões de pessoas.

A 97° cerimônia do Oscar, com a entrega das estatuetas, acontece a partir das 21h do dia 2 de março, transmitida ao vivo pelo canal TNT e streaming Max.

FERNANDAS SÃO CASO RARO DE MÃE E FILHA INDICADAS

Indicada ao Oscar 2025 para o prêmio de melhor atriz por "Ainda Estou Aqui", Fernanda Torres se junta a sua mãe, Fernanda Montenegro, que foi indicada na mesma categoria há 26 anos por "Central do Brasil" (1998) no Oscar 1999.

As brasileiras agora fazem parte do seleto grupo de mães e filhas indicadas ao Oscar desde a primeira edição, em maio de 1929 -Fernanda Montenegro viria ao mundo em outubro do mesmo ano.

Confira a seguir as mães e filhas que já foram indicadas ao Oscar -não necessariamente na mesma categoria.

Judy Garland e Liza Minnelli

Judy Garland, memorável em papel de "O mágico de Oz", concorreu ao Oscar duas vezes: como melhor atriz por "Nasce uma estrela", em 1955, e melhor atriz coadjuvante por "Julgamento e Nuremberg", em 1992.

Sua filha Liza Minnelli também recebeu duas indicações: por "Os anos verdes", em 1970; e por "Cabaret", quando venceu o prêmio de melhor atriz no Oscar 1973, 18 anos após a indicação da sua mãe na mesma categoria.

Ingrid Bergman e Isabella Rosselini

Isabella Rosselini foi indicada pelo seu papel em "Conclave" a melhor atriz coadjuvante no Oscar 2025 e, assim como Fernanda Torres, também levou sua mãe ao seleto grupo de mães e filhas indicadas.

Sua mãe Ingrid Bergman, que morreu em Londres aos 67 anos em 1982, venceu o Oscar três vezes: como melhor atriz por "À meia luz", em 1945, e por "Anastasia, a princesa esquecida", em 1957; e como melhor atriz coadjuvante por "Assassinato no Expresso Oriente", em 1975. Ela ainda recebeu outras quatro indicações como melhor atriz: em 1944 (por "Por Quem os Sinos Dobram), 1946 (por "Os Sinos de Santa Maria", 1949 (por "Joana d'Arc") e 1979 (por "Sonata de Outono").

Janet Leigh e Jame Lee Curtis

Facilmente reconhecidas no cinema de gênero, Janet Leigh concorreu ao prêmio de melhor atriz coadjuvante no Oscar 1961 por "Psicose", clássico de Alfred Hitchcock. Contudo, apesar de ter vencido o Globo de Ouro na mesma categoria pelo mesmo papel, ela não venceu.

Já sua filha, Jamie Lee Curtis, venceu o prêmio de melhor atriz coadjuvante no Oscar 2023 por "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo", 62 anos depois da indicação da sua mãe.

Goldie Hawn e Kate Hudson

Goldie Hawn já venceu um Oscar logo na primeira indicação. Foi com o prêmio de melhor atriz coadjuvante por "Flor de Cacto", em 1970. Dez anos depois ela foi indicada ao prêmio de melhor atriz por seu trabalho em "A recruta Benjamin", em 1980.

Por sua vez, sua filha Kate Hudson foi indicada ao Oscar 21 anos depois ao prêmio melhor atriz coadjuvante por "Quase famosos", em 2001. Esse foi um dos primeiros trabalhos de Hudson no cinema e ela já abocanhou uma nomeação na Academia.

Diane Ladd e Laura Dern

Diane Ladd fez diversas personagens em filmes clássicos de Hollywood e ganhou três indicações na categoria de melhor atriz coadjuvante: por "Alice não mora mais aqui", em 1975; "Coração selvagem", em 1991; e "As noites de Rose", no ano seguinte.

Sua filha Laura Dern também ganhou três indicações ao Oscar em toda carreira: como melhor atriz por "As noites de Rose"; e melhor atriz coadjuvante por "Livre", em 2015, e "História de um casamento" em 2020, onde venceu a categoria.

Diane Ladd e Laura Dern são as únicas mãe e filhas indicadas ao Oscar por atuarem em um mesmo filme -"As noites de Rose", na edição de 1992.

"Ainda Estou Aqui" é a produção nacional com a maior bilheteria desde a pandemia, só no Brasil já teve mais de 3,3 milhões de espectadores
"Ainda Estou Aqui" é a produção nacional com a maior bilheteria desde a pandemia, só no Brasil já teve mais de 3,3 milhões de espectadores | Foto: Divulgação

OUTROS FILMES BRASILEIROS NO OSCAR

O filme "Ainda Estou Aqui" levou o Brasil novamente ao Oscar na categoria de melhor filme internacional após 26 anos.

Confira todos os filmes do Brasil indicados na categoria:

"O Pagador de Promessas" (1962);

"O Quatrilho" (1995);

"O Que É Isso, Companheiro?" (1997);

"Central do Brasil" (1998);

"Ainda Estou Aqui" (2024).

Nenhuma das nomeações brasileiras venceu o Oscar de melhor filme internacional até hoje.

Confira a lista completa de indicados ao Oscar 2025:

Melhor Ator Coadjuvante

Yura Borisov, por “Anora”

Kieran Culkin, “A Verdadeira Dor”

Edward Norton, “Um Completo Desconhecido”

Guy Pearce, de “O Brutalista”

Jeremy Strong, de “O Aprendiz”

*

Melhor Figurino

“Um Completo Desconhecido”

“Conclave”

“Gladiador II”

“Nosferatu”

“Wicked”

*

Melhor Cabelo e Maquiagem

“Um Homem Diferente”

“Emilia Pérez”

“Nosferatu”

“A Substância”

*

Melhor Trilha Sonora Original

“O Brutalista”

“Conclave”

“Emilia Pérez”

“Wicked”

“Robô Selvagem”

*

Melhor Curta-Metragem em Live-Action

“A Lien”

“Anuja”

“I’m Not a Robot”

“The Last Ranger”

“The Man Who Could Not Remain Silent”

Melhor Animação em Curta-Metragem

“Beautiful Men”

“In the Shadow of the Cypress”

“Magic Candies”

“Wander to Wonder”

“Yuck!”

*

Melhor Roteiro Adaptado

“Um Completo Desconhecido”

“Conclave”

“Emilia Pérez”

“Nickel Boys”

“Sing Sing”

Melhor Atriz Coadjuvante

Monica Barbaro, por “Um Completo Desconhecido”

Ariana Grande, por “Wicked”

Felicity Jones, por “O Brutalista”

Isabella Rossellini, por “Conclave”

Zoe Saldaña, por “Emilia Pérez”

*

Melhor Canção Original

“El Mal”, de “Emilia Pérez”

“The Journey”, de “The Six Triple Eight”

“Like a Bird”, de “Sing Sing”

“Mi Camino”, de “Emilia Pérez”

“Never Too Late”, de “Elton John: Never Too Late”

*

Melhor Documentário

“Black Box Diaries”

“No Other Land”

“Porcelain War”

“Soundtrack to A Coup D’Etat”

“Sugarcane”

Melhor Documentário de Curta-Metragem

“Death By Numbers”

“I am Ready, Warden”

“Incident”

“Instruments of a Beating Heart”

“The Only Girl in the Orchestra”

Melhor Filme Internacional

“Ainda Estou Aqui”

“The Girl with the Needle”

“Emilia Pérez”

“The Seed of the Sacred Fig”

“Flow”

*

Melhor Animação

“Flow”

“DivertidaMente 2”

“Memoir of a Snail”

“Wallace e Gromit: Vengeance Most Fowl”

“O Robô Selvagem”

*

Melhor Design de Produção

“O Brutalista”

“Conclave”

“Duna: Parte 2”

“Nosferatu”

“Wicked”

Melhor Edição

“Anora”

“O Brutalista”

“Conclave”

“Emilia Pérez”

“Wicked”

*

Melhor Som

“Um Completo Desconhecido”

“Duna: Parte 2”

“Emilia Pérez”

“Wicked”

*

Melhores Efeitos Visuais

“Alien: Romulus”

“Better Man”

“Duna: Parte 2”

“O Reino do Planeta dos Macacos”

“Wicked”

*

Melhor Fotografia

“O Brutalista”

“Duna: Parte 2”

“Emilia Pérez”

“Maria”

“Nosferatu”

*

Melhor Ator

Adrien Brody, por “O Brutalista”

Timothée Chalamet, por “Um Completo Desconhecido”

Colman Domingo, por “Sing Sing”

Ralph Fiennes, por “Conclave”

Sebastian Stan, por “O Aprendiz”

*

Melhor Atriz

Cynthia Erivo, de “Wicked”

Karla Sofía Gascón, de Emilia Pérez

Mikey Madison, por “Anora”

Demi Moore, por “A Substância”

Fernanda Torres, por “Ainda Estou Aqui”

*

Melhor Direção

Sean Baker por “Anora”

Brady Cobert por “O Brutalista”

James Mangold por “Um Completo Desconhecido”

Jacques Audiard por “Emilia Pérez”

Coralie Fargeat por “A Substância”

*

Melhor Filme

“Anora”

“O Brutalista”

“Um Completo Desconhecido”

“Conclave”

“Duna: Parte 2”

“Emilia Pérez”

“Ainda Estou Aqui”

“Nickel Boys”

“A Substância”

“Wicked”