ReproduçãoO Ensemble Turicum, de Zurique, abre hoje o festival: música antiga da melhor qualidadeA música antiga terá Curitiba como sede durante dez dias. Pode parecer pretensioso, mas segundo os organizadores não há, no Brasil, um encontro da envergadura do 2ºFestival Internacional de Música Antiga e Tradição Oral, que começa hoje e termina dia 26. Alguns dos melhores grupos musicais de todo o mundo estarão presentes, incluindo ‘‘La Capella Reial de Catalunya’’, o mais importante deles.
Vinte e cinco concertos serão apresentados na temporada, em quatro endereços: Museu Paranaense, Igreja São Vicente de Paula, Teatro da Federação Espírita do Paraná e Teatro Guaíra (Guairão e Guairinha), com sessões às 12h15, 18h30 e 21h. O encerramento, dia 26, marca o início das quatro sessões da ópera ‘‘Orfeu e Euridice’’, de C. W. Gluck.
O 2ºFestival Internacional de Música Antiga é o mais importante da América do Sul, na opinião do secretário estadual da Cultura, Eduardo Rocha Virmond. O sucesso conquistado ano passado, com a primeira edição do evento, e a oferta de ingressos gratuitos - haverá cobrança somente para a ópera - leva a uma expectativa de público calculado em 20 mil pessoas, sem contar os dois concertos que acontecerão fora da capital: em Cascavel e na Lapa.
ReconhecimentoBastou a realização de 1996 para o festival ganhar o reconhecimento no Brasil e exterior, como um dos melhores no gênero e o único no mundo voltado à tradição oral, música que atravessou o oceano e instalou-se na América, sem registros escritos.
Valeu a aposta da Secretaria da Cultura no gosto do curitibano pela música antiga. Ano passado praticamente todos os concertos tiveram lotação esgotada. A segunda edição será ainda melhor, garante Virmond, até mesmo porque está sendo pensada e trabalhada com a devida antecedência. Em 96 o encontro foi colocado em pé em exíguos dois meses.
Conta o secretário que ‘‘além de um grande elenco nacional, chamamos alguns dos melhores grupos internacionais, que estão vindo de países onde existe a constância permanente de espetáculos e um público ávido em conhecer música antiga. É isso que nós queremos fazer no Paranᒒ.
AtraçõesO encontro começou a ser esboçado assim que se encerrou o festival anterior. A preocupação dos programadores foi preparar um roteiro ilustrativo da música nos variados períodos em que ela se insere. Novecentos anos de história estão sintetizados nos instrumentos dos músicos e nas vozes dos cantores. Vai do século 9 ao 18.
A estréia acontece no Guairão com o grupo suíço ‘‘Ensemble Turicum’’, de Zurique. Apresentarão composições barrocas brasileiras. A partir do dia seguinte o público terá contato com os grupos ‘‘Armonico Tributo’’, ‘‘Anima’’ e ‘‘Trio Bem Temperado’’, de Campinas, ‘‘Leçons des TénSbres’’, do Rio de Janeiro, ‘‘Mawaca’’, ‘‘Seicento’’, ‘‘Triplo Contínuo’’ e ‘‘Talea’’, de São Paulo, ‘‘Quadro Barroco’’, de Buenos Aires; ‘‘Tábula’’, de Brasília. ‘‘Música Antiga da Universidade Federal Fluminense’’ e ‘‘Anonimus’’, de Niterói; ‘‘Madrigal Vocale’’, ‘‘Camerata Antiqua de Curitiba’’, ‘‘Le Baroque Brexó’’, ‘‘Terra Sonora’’ e ‘‘Canto Colonial’’, ‘‘AmericAntiga’’ todos de Curitiba; ‘‘Ensemble Putanesca’’, de Londres; ‘‘Alla Francesa’’, de Paris; ‘‘Trio Uccelini’’, da Holanda; ‘‘Neuma’’, de Londrina; ‘‘New London Consort’’, de Londres; ‘‘La Capella Reial de Catalunya’’, de Barcelona (Espanha) e o violeiro Roberto Corrêa que fará uma apresentação de tradição oral.