As cartas que Paulo de Tarso escreveu às comunidades cristãs resumem um pouco de sua personalidade e pensamento. Pode ser que ele tenha escrito várias cartas, mas somente 14 são conhecidas. As Epístolas aos Romanos, aos Coríntios I e II, aos Gálatas (da Galácia), aos Efésios, aos Filipenses (de Filipo), aos Colossenses (de Colossos), aos Tessalonicenses I e II (de Tessalônica), a Timóteo I e II, a Tito, a Filemon e aos Hebreus. Todas as cartas estão no Novo Testamento.
Paulo discorreu sobre os mais variados assuntos. Problemas de ordem moral e eclesiástica, divisões na Igreja, ideologia, disciplina, casamento e divórcio, formas corretas de culto, deveres religiosos e assuntos pessoais. Foi incisivo, mas extremamente poético em algumas passagens. Rígido, mas justo. No capítulo 6, versículo 12, ele fala do livre arbítrio. ‘‘Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm’’.
Ao reconhecer que foi um perseguidor dos cristãos, o Apóstolo dos Gentios dá uma lição de humildade, ao escrever aos coríntios: ‘‘Porque eu sou o menor de todos os apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois eu persegui a igreja de Deus’’, escreveu Paulo, explicando porque seu nome significa ‘‘pequeno.’’
Andar atrás dos passos de Paulo, além de ser uma chance de conhecer lugares históricos, de grande importância para a civilização ocidental, ainda proporciona um enriquecimento espiritual. Quem sabe, ao fim da viagem, o turista possa dizer que reconhece as razões que levaram Saulo de Tarso virar Paulo. Ele próprio dá dicas de como isso é possível, quando escreve: ‘‘Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face.’’