Pujante e em transformação, Londrina chega aos 90 anos cheia de prosa. Sim, há muito o que contar sobre a Pequena Londres, sua terra vermelha e tantas histórias que reúne. É verdade também que todos os dias o sol nasce e uma infinidade de cenas do cotidiano é observada. Felizmente, caem nas graças de quem sabe transformar momentos e sentimentos universais, em crônicas.

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Organizada pela jornalista Livia de Oliveira, a coletânea "Londrina e seus olhares", Editora Engenho das Letras – 370 páginas, apresenta ao leitor 58 textos, divididos em cinco capítulos, metaforicamente intitulados como se fossem estações de trem, referência ao meio que trouxe tantos imigrantes para Londrina. Estação 1: A terra. Estação 2: Madeira de lei. Estação 3: Parada do café. Estação 4: Trópico de Capricórnio. Estação 5: De grão em grão.

Livia de Oliveira organizou a coletânea que reúne 58 autores
Livia de Oliveira organizou a coletânea que reúne 58 autores | Foto: Divulgação

Em preto e branco, como um petit pavet, o livro será lançado no 5 de dezembro, às 19 horas, no espaço da Vista Imobiliário (Av. Adhemar de Barros, 170). A capa traz uma foto de Ronaldo Ronan Rufino, que também lança um olhar para Londrina revelando, em um único enquadramento, várias faces de um mesmo território: A agricultura, a mata, as casas de madeira e a floresta de concreto que cresce verticalmente em meio a essa cultura.

PLURALIDADE

Com autores de diversas gerações e profissões, a coletânea cumpre o seu propósito de trazer diferentes olhares para a cidade. De acordo com a organizadora, o resultado apresenta autores que trouxeram, em palavras, múltiplas partes de Londrina que, juntas, formaram um belo mosaico literário.

Um exemplo é 'Minha Londrina invisível', da diplomata Ana Paula Kobe. "Decidida a me tornar diplomata, encontrei no aeroporto de Londrina, desde a infância, o coração da cidade. A carreira diplomática levou-me para longe. Primeiro a Brasília. Depois à Argentina. Em seguida, à Índia, ao Japão, aos Estados Unidos e, uma vez mais, à Índia. Além de residir nesses países, explorava os continentes em que se inseriam. Em meio a todos os deslocamentos, nunca deixei, porém, de retornar a Londrina. A cidade continuava a ser meu núcleo de afeto e formação. Voltava para nela reencontrar a família, os amigos, meu passado e o futuro. A cada etapa em que foi preciso me preparar para a ascensão funcional diplomática, foi ao acolhimento londrinense que regressei", escreve. Estão lá os olhares de Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy, Célia Musilli, Elizandro Pellin, Shamir Giupato, Vitor Ogawa e outros.

O prefácio de Clodomiro Bannwart destaca elementos históricos e reflete sobre como "a cidade despontou-se grande porque estava inserida em uma ampla ideação". Entre os autores que aceitaram o desafio estão jornalistas, artistas, advogados, professores, médicos, engenheiros, empreendedores, agropecuaristas, assistentes sociais que discorrem sobre Londrina e sua relação com a cidade.

Em entrevista à Folha, a diretora da Engenho das Letras, Michele Bannwart afirma que a obra coletiva celebra a pluralidade e as contribuições de todos para os 90 anos da cidade. "A Engenho das Letras tem a sua identidade marcada pela essência que a constitui, pautada em incentivar e disseminar a cultura através do livro. Sua missão mescla tradicionalismo e modernidade. Por um lado, mantém o modelo tradicional das antigas editoras ao confeccionar um livro com esmero e cuidado, permitindo que o leitor receba um texto de qualidade, envolto por cores, cheiros e todo o simbolismo que é peculiar ao livro, mas ao mesmo tempo, atenta-se ao uso das tecnologias, a exemplo das mídias não apenas tradicionais, mas também sociais, para disponibilizar o acesso à cultura de forma rápida e acessível", explica.

Michele Bannwart, da editora Engenho das Letras: tradicionalismo e modernidade na produção de livros
Michele Bannwart, da editora Engenho das Letras: tradicionalismo e modernidade na produção de livros | Foto: Divulgação

Comprometida em sua missão editorial, a diretora ressalta que a ideia do simples a agrada. "Sem ser simplista, da vida longa ao livro físico, do acesso democrático marcado pelos inúmeros olhares e vozes apresentadas e representadas de forma diversa e plural. Esse é o escopo desta obra que será lançada no próximo mês, Londrina e seus olhares, 90 anos, resultando em pertencimento e possiblidade de convergência e diálogo entre os cidadãos" disse à Folha.

Imagem ilustrativa da imagem A cidade cheia de prosa sob novos olhares
| Foto: Divulgação

SERVIÇO

Lançamento da coletânea de crônicas "Londrina e seus olhares"

Editora Engenho das Letras – 370 páginas

Quando: quinta-feira, 5 de dezembro, às 19h30

Onde: Vista Imobiliário, Av. Adhemar de Barros, 170

Saiba mais: @engenhodasletras

Quanto: R$ 120 (valor normal) - R$90,00 (pré-lançamento)