São Paulo - O rapper 50 Cent irá produzir uma série documental sobre os crimes de Sean Combs, o Diddy. A produção será lançada pela Netflix, ainda não tem título ou previsão de estreia e será dirigido por Alexandria Stapleton. "Esta é uma história com um impacto humano significativo. É uma narrativa complexa que abrange décadas, não apenas as manchetes ou clipes vistos até agora", diz parte da declaração feita com exclusividade por 50 Cent e Stapleton à revista Variety.

"Mantemos nosso compromisso de dar voz aos sem voz e apresentar perspectivas autênticas e nuances. Embora as alegações sejam perturbadoras, pedimos a todos que lembrem que a história de Sean Combs não é a história completa do hip-hop e sua cultura. Nosso objetivo é garantir que ações individuais não ofusquem as contribuições mais amplas da cultura", diz o comunicado.

Diddy foi preso no início deste mês, sob as acusações de violência sexual, agressão física e tráfico sexual. O julgamento ainda não tem data agendada. Na última segunda-feira (24), o magnata musical recebeu uma nova acusação de agressão sexual, feita por Thalia Graves. Horas após a abertura de uma ação judicial em Los Angeles, nos Estados Unidos, ela e sua advogada, Gloria Allred, participaram de uma conferência em que Graves afirmou ter sido vítima de um estupro, cometido pelo músico, em 2001, em um dos estúdios dele.

Ela começou a chorar quase imediatamente enquanto relatava os seus traumas físicos e psicológicos, com os quais afirmou lidar desde o crime. De acordo com o site americano TMZ, o caso aconteceu quando Graves tinha 25 anos e estava namorando um dos executivos de Diddy, quando o rapper "a levou para a sua sala e escritório e a estuprou em um uma mesa de sinuca após batizar a sua bebida com algo que alterou a sua consciência."

Na ação judicial, Graves também alega que o chefe de segurança de Diddy também a estuprou, e que o crime teria sido filmado e as gravações teriam sido mostradas, mais tarde, para o seu namorado e outros homens. Ela ainda disse que enfrenta impulsos suicidas desde o caso, e que as suas feridas foram reabertas quando ela soube da existência do vídeo quando as acusações de Cassandra Ventura, ex-namorada de Diddy, vieram à tona.

EM ALTA NO STREAMING

Em meio às acusações por estupro, tráfico sexual, sequestro e extorsão, as músicas do rapper e produtor americano explodiram nas plataformas de streaming. Segundo a Luminate, empresa dedicada a análises sobre a indústria fonográfica, canções creditadas a Diddy, Puff Daddy e P. Diddy, nomes utilizados por Combs ao longo da carreira, tiveram um aumento de execuções de 18,3%, na semana de 17 de setembro, quando houve sua prisão preventiva, em relação à semana anterior.

"A música se torna uma outra peça de informação enquanto as pessoas tentam entender as atrocidades que ele teria cometido", disse o professor George Howard, da Berklee College of Music, à agência Associated Press. "É algo como 'como soa a música feita por uma pessoa com um cérebro que, alega-se, funciona dessa forma?'"

Não é a primeira vez que uma polêmica na indústria fonográfica gera atenção para a obra musical de um artista. R. Kelly, outro nome de peso da cena musical americana, viu seus números dobrarem depois que um documentário revelou seu envolvimento em casos de abuso sexual.