SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - O Brasil está na final do Mundial Masculino de Boxe Amador. Wanderley 'Holyfield' Pereira venceu, nesta sexta-feira (12), o uzbeque Alokhon Abdullaev, em decisão divida dos árbitros, e se classificou para a decisão da categoria até 75kg, que não é disputada nos Jogos Olímpicos. Em Paris, ele deverá tentar vaga na até 80 kg.

O Mundial está acontecendo no Uzbequistão, em Tashkent, e, como tem sido de praxe nas competições da Federação Internacional de Boxe Amador, a IBA, os atletas da casa têm prevalecido. Nove atletas do Uzbequistão chegaram até a semifinal e garantiram medalha, muitas vezes em decisões contestáveis dos árbitros.

Os dois brasileiros que chegaram tão longe tiveram como adversários exatamente os donos da casa. Wanderley, jovem de apenas 22 anos, venceu de forma incontestável. Mas Wanderson Oliveira, o Shuga, parou diante de Saidjamshid Jafarov, em uma polêmica decisão dividida dos árbitros pela categoria até 71 kg, essa sim olímpica.

O Mundial, de qualquer forma, não tem qualquer relação com os Jogos Olímpicos, já que a IBA está descredenciada como a responsável por organizar a competição olímpica de boxe. Um grupo liderado pelos Estados Unidos criou uma nova federação internacional e está boicotando o Mundial, que também não tem atletas de países ccomo Polônia, Ucrânia, Grã-Bretanha e Holanda, por exemplo.

Para o Brasil, a campanha é dentro do esperado. A delegação contava com dois atletas com medalhas em grandes eventos, Keno Marley (prata no último Mundial) e Abner Teixeira (bronze olímpico), mas ambos caíram antes das semifinais. E quem chega ao pódio o faz de forma inédita.

Tanto Wanderley quanto Wanderson nunca haviam medalhado em grandes competições, ainda que o segundo tenha chegado até as quartas de final dos Jogos de Tóquio e viesse batendo na trave para entrar no grupo dos medalhistas. Wanderley luta no domingo, pelo ouro, contra o cubano Yoenli Hernandez Martinez, atual campeão mundial.