Wallace se despede da seleção, e Bruninho não define seu futuro
PUBLICAÇÃO
sábado, 07 de agosto de 2021
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Duas semanas atrás, a seleção brasileira de vôlei masculino era apontada como candidata a ocupar o lugar mais alto do pódio nas Olimpíadas de Tóquio. Neste sábado (7), a saga da equipe na Ariake Arena chegou ao fim com um melancólico quarto lugar, após derrota para a Argentina."
A derrota serviu também para o ponteiro Wallace, 35, confirmar sua aposentadoria do selecionado. "Sim, estou há 11 anos na seleção e vim [para Tóquio] para ser o meu último [torneio pelo time]. Dei tudo o que podia dar, agora é bola para frente", afirmou, emocionado. "Eu tenho orgulho de ter feito parte dessa seleção. Fico chateado por não ter saído com essa medalha. Falhamos no jogo, oscilamos."
Lucão, 35, diz que só deverá sair de "ambulância" da seleção e não descarta ir aos Jogos de Paris-2024. "Enquanto eu tiver condições, enquanto o treinador me convocar, estarei na seleção."
Em 2024, Lucão e o capitão Bruninho terão 38 anos. O segundo, porém, não quis falar sobre o futuro. Abatido, o levantador fez uma autocrítica.
"Pesou a nossa inconstância, isso acabou sendo uma tônica na competição. Falo por mim também, pessoalmente, bons momentos e outros não bons. Hoje foi isso também no quarto set, começamos a cometer erros", falou Bruninho.
O levantador não quis falar sobre o seu futuro na seleção. "Foi um ciclo olímpico difícil, que a gente conseguiu bons resultados, mas não conseguimos a medalha que sonhamos. Vamos assumir as responsabilidades. Cada um tem as suas, eu como capitão tenho as minhas", disse, em entrevista à TV Globo.
"Acho que é difícil falar de alguma coisa. Vamos avaliar tudo. Existe uma fadiga física e mental muito grande, é momento de respirar, sem pensar, e só relaxar. Não dá para fazer avaliação do futuro", completou Bruninho.
O time brasileiro se mostrou muito irregular no Japão. Para piorar, teve pela frente seu mais temido adversário, o Comitê Olímpico Russo, nas semifinais, o que culminou em sua eliminação nas semifinais.
O discurso após a queda para a equipe da Rússia era de lutar pelo bronze como se fosse ouro, mas uma atuação apática contra a Argentina selou o fim da campanha nacional.
"Agora temos que analisar, mas ficamos muito frustrados, porque não conseguimos conquistar bons resultados aqui. A gente veio de um ciclo muito bom, construído com essa garotada. Tivemos títulos, chegando a todas as finais", afirmou o técnico da seleção, Renan Dal Zotto.
Campeã nos Jogos do Rio de Janeiro, a seleção foi vice-campeã Mundial em 2018 e conquistou a Copa do Mundo de 2019. Em junho, o Brasil também sagrou-se campeão da Liga das Nações. Foi o último torneio antes das Olímpiadas e o primeiro entre seleções depois de a temporada de 2020 ter sido suspensa.
Em Tóquio, Renan sabe que entregou resultado abaixo do esperado. "Chegando ao Brasil, vamos descansar por uma semana e já nos concentrarmos para o Sul-Americano. Depois disso, tenho que sentar com a CBV e ver os planos."
A campanha do vôlei masculino em Tóquio é a pior desde Sydney-2000. Foi a segunda vez que o Brasil perdeu a medalha de bronze para a Argentina. Em Seul-1988, Renan estava em quadra como jogador e também saiu derrotado.
"Essa experiência já foi vivenciada em 1988 contra a própria Argentina, e na época encaramos esse jogo de maneira diferente. Hoje posso garantir que houve um empenho nessas últimas 48 horas, de todos", afirmou o técnico.

