Visão de Jogo: Viva o futebol brasileiro em 2025!
A bola já está rolando para a Copinha e a fase inicial da Copa do Nordeste
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 06 de janeiro de 2025
A bola já está rolando para a Copinha e a fase inicial da Copa do Nordeste
Julio Oliveira
A frase de que o ano só começa depois do carnaval não vale para o futebol brasileiro. A bola já está rolando para a Copinha e a fase inicial da Copa do Nordeste, e no final de semana começam alguns estaduais. E será um ano longo, com o Brasileirão previsto para terminar em 21 de dezembro. O cardápio está pronto, mas quem vai conseguir consumir?
Vai ser, sim, um ano de muito futebol e a expectativa é de que a quantidade seja também de emoção, pois há eliminatórias para a Copa do Mundo e o tão esperado Mundial de Clubes. Se os torneios prometem com suas decisões cativar público, fico na dúvida se a qualidade será equivalente, pois são os mesmos jogadores que estarão “circulando” por diferentes competições, e o desgaste será inevitável comprometendo o nível técnico.
Mas a relação quantidade/qualidade não pode ficar na conta dos jogadores, que não decidem nada, apenas jogam. E as pessoas que têm essa responsabilidade se isentam, afirmando que o futebol ficou caro e que não podem dispensar torneios. Querem mais, e mais. E as federações e confederações oferecem prêmios milionários para seduzir os cartolas, que dizem “amém”.
Então, vamos lá. O ano é diferente, os resultados e campeões também podem ser diferentes, mas a discussão será velha: o calendário do futebol brasileiro precisa mudar... Primeiro é necessário entender que o nosso calendário é feito a partir de outros dois: o da Fifa e o da Conmebol. “Enfiamos” nossas competições dentro daquilo que sobra. A Fifa criou o Mundial de Clubes que vai ocupar um mês, no período de férias dos europeus e influenciando nas datas por aqui. A Conmebol insiste em fases pré-Libertadores (para dar mais oportunidades e número de jogos) e alonga a competição. E o que sobra é onde entram os nossos torneios.
É utopia acreditar que essa situação possa mudar num futuro próximo. Só os dirigentes poderiam iniciar um processo de discussão, mas não o fazem, porque mais jogos e campeonatos representam mais visibilidade, negócios e arrecadação. Muitas coisas mudam, mas há uma que será eterna: manda quem pode, obedece...
Julio Oliveira é jornalista e locutor esportivo da TV Globo - A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina