O Brasil tem amanhã o maior desafio dessa era Dorival Junior. O jogo contra o Uruguai ganhou um contorno ainda mais robusto depois da grande virada da Celeste sobre a Colômbia. Vitória e uma bela apresentação do time de Bielsa, que quer encorpar essa fase também com um bom resultado diante do Brasil.

Mas qual Brasil jogará amanhã: o do primeiro tempo ou do segundo da partida diante da Venezuela? Foram performances distintas de um mesmo time, que ainda não tem forma. Tem jogadores tentando dar seu melhor individual, num coletivo que ainda é disforme, sem clareza e sem entendimento tático.

Não temos a cultura da paciência, principalmente com a Seleção, mas é claro que o momento é de formação de grupo, de esquema tático, de combinações e que vão levar tempo até resultados claros deste novo grupo. A maioria é nova na Seleção, mesmo com relevantes ocupações em seus times, mas ainda precisando criar lastro na Seleção. E quanto tempo ainda vai precisar para que apoiemos e gostemos do possível Brasil para a próxima Copa do Mundo? Com Dorival Junior é difícil prever.

Há um cenário bem interessante atualmente no futebol mundial. É possível ver seleções sem tradição apresentar um futebol disciplinado taticamente, coerente nas propostas e muita organização. O talento individual, então, ainda é o diferencial destas escolas para as mais fortes. O Brasil tem os talentos, mas ainda não consegue desenvolver um modelo de jogo que fique claro quando se vê o time em campo. E isso é gestão técnica. É conhecimento/treinamento. Bielsa é “louco”, mas está muito à frente de Dorival Junior.

Então, Brasil x Uruguai amanhã vai ser mais guerra do que jogo. Mesmo estando em formação, a pressão por vitória em casa vai ser grande. E não dá pra negociar. São tantos erros nesta gestão da CBF, que o time acaba ficando com o ônus de contemporizar todo um processo confuso e mal planejado. Estamos em formação, em mudança e tem que vencer. E, agora, vencer o Uruguai.