As finais de campeonatos reservam histórias únicas, daquelas que os enredos sempre apresentam peculiaridades que vão ficar eternizadas por detalhes. O troféu erguido pelo capitão de um time e por outros jogadores se torna uma foto e que nem sempre exemplifica o que foi o duelo. O título inédito conquistado pelo Botafogo é um exemplo, porque a conquista não cabe na foto da entrega do troféu e não será o real símbolo da primeira Libertadores do clube.

O time que carrega estigmas tratou de derrubar vários numa mesma tarde. Um efeito dominó. Uma a uma, sombras que vêm acompanhando os torcedores alvinegros nas últimas décadas foram ganhando cor. A equipe que “amarela” teve força mental impressionante no intervalo de uma semana. Se tudo é mais difícil com o Fogão, por que não disputar uma final com um jogador a menos e não sentir essa pressão buscando uma vitória improvável?

Todas as especulações de escalações prováveis antecipando os confrontos técnicos na final foram por água abaixo, e levados pelo Gregore. Todas as discussões possíveis levavam em conta a previsibilidade lógica de um confronto com poucas variáveis, mas o futebol não é assim sempre. Ninguém previu o improvável, que surpreendeu a todos, menos os jogadores do Botafogo que não se abateram, que não caíram mentalmente.

Só é capaz de improvisar no momento de maior surpresa aquele que cria um olhar diferente para uma situação que não havia programado. O Botafogo conseguiu jogar com um atleta a menos e o Atlético não saiu do comum. Para alguns, a pressão cria fantasmas; para outros, desperta soluções. O time de Artur Jorge deu muitas respostas com a vitória de sábado, principalmente a de que uma mente forte começa com uma mente determinada, e o Botafogo estava mais determinado a ser campeão.

O clube de General Severiano tem mais um capítulo especial para contar em sua rica história, porque agora o Glorioso conquistou a “Glória Eterna”.