A Fifa anunciou na semana passada o prêmio que será distribuído entre os times que vão disputar o Mundial de Clubes: U$ 1 bilhão (R$ 5,8 bilhões). O valor, de certa forma, é uma resposta à pressão dos clubes europeus quanto à obrigatoriedade de utilização de jogadores titulares, calendário e férias.

E é muito dinheiro. Uma equipe brasileira, se for campeã, pode arrecadar mais de R$ 300 milhões, por exemplo. Não é mais só futebol. Vai muito além. É visibilidade, internacionalização de marca e faturamento paralelo. O Mundial será um grande balcão de negócios e oportunidades e ainda o mundo poderá ver futebol.

É com essa gama de possibilidades que a Fifa chega a esses valores de premiação. Para a entidade ter a disponibilidade dessa quantia, o "agregado" está numa equação quase impossível de ser dimensionada dentro dessa caixa preta financeira que dirige Gianni Infantino. E, sim, o montante pago ajuda a não ser questionado em muitas outras escolhas incoerentes, arbitrárias e duvidosas.

Flamengo, Palmeiras, Fluminense e Botafogo não podem ir ao Mundial apenas para competir como representantes do futebol pentacampeão. E, dirigentes, não só de olho nos U$ 15 milhões (R$ 88 milhões) aproximadamente como valor de participação inicial. É a hora de pensar grande enquanto marca, ocupação de uma identidade internacional e se consolidar como as grandes forças da América do Sul.

É nisso que ainda gatinhamos, em expertise administrativa fora de campo. A maior “briga” de um dirigente precisa ser pelo negócio em que seu clube está inserido, pois clube forte em negócio fraco não adianta. Nas principais Ligas europeias, os times travam grandes campeonatos e, fora de campo, dirigentes se unem em modelos de negócio para estádios sempre lotados e arrecadações espetaculares.

Aqui ainda estamos olhando apenas para quanto cada time vai ganhar e "se eu ganhar mais", azar do outro. O Brasil está dominando o futebol na América do Sul, mas são os Estados Unidos que sabem cuidar melhor do entretenimento/negócio mesmo não tendo uma qualidade tão competitiva. Que o bilhão da Fifa desperte para outro olhar, que não somente para o faturamento anual.