VISÃO DE JOGO - Não é só futebol
Um técnico não vende camisas, mas seu histórico agrega àquela marca com seu perfil, qualquer que seja.
PUBLICAÇÃO
domingo, 15 de dezembro de 2024
Um técnico não vende camisas, mas seu histórico agrega àquela marca com seu perfil, qualquer que seja.
Claudemir Scalone

O futebol tem perdido referências lógicas de valores salariais. Do time ao preparador físico, passando por técnicos, jogadores, diretores e assessores, os valores têm se tornado astronômicos. E isso tem relação direta com o “negócio” que o futebol se transformou. Tudo virou uma marca.
Qualquer sucesso de vendas acontece a partir de identificação, valorização e durabilidade de consumo de uma marca. O mundo da mídia se fortalece assim. E nem é o sabor, a qualidade ou a beleza de um produto, mas se consome muito mais uma marca: Coca-Cola, Mercedes, Ferrari, Louis Vuitton e tantas outras.
Com o volume de dinheiro que o futebol atrai hoje em todo o mundo, quem enxergou esse caminho e não só olhou pelo lado de sucesso e resultados está colhendo muito mais rápido. Os times europeus que fazem pré-temporada na Ásia ou América, não levam penas seus elencos de estrelas, mas levam a marca de um time que expande negócios. Jogadores e técnicos vão passar, mas a marca precisa ficar e será tão mais eternizada quanto for o cuidado de manutenção de imagem.
E quando falamos de marcas, os valores são perspectivas potenciais de receitas não totalmente mensuráveis, mas projetáveis. É o famoso valor agregado que cada um carrega consigo, sem ter exatamente a cifra real. Um jogador vende camisas, traz novo público consumidor, tem espaço diferenciado na mídia e isso significa potencial financeiro de venda para a marca que ele representa. Algo lógico. Um técnico não vende camisas, mas seu histórico agrega àquela marca com seu perfil, qualquer que seja.

