VISÃO DE JOGO - Futebol e folia
Se ainda não dá pra gritar “é campeão”, dá pra eleger o melhor passista do desfile do sábado: Pablo, nota 10.
PUBLICAÇÃO
domingo, 02 de março de 2025
Se ainda não dá pra gritar “é campeão”, dá pra eleger o melhor passista do desfile do sábado: Pablo, nota 10.
Julio Oliveira

Segunda de Carnaval e não tem folia para a turma do futebol brasileiro. O calendário não permite. Pular, só nos treinos para os times que estão em finais dos estaduais ou passaram à segunda fase da Copa do Brasil. Sem confete, nem serpentina e muito menos blocos ou desfiles. As festas de final de ano continuam sendo as únicas datas festivas que jogadores têm folga garantida ainda.
E acreditem que já houve o tempo em que atletas de futebol desfilavam, eram destaques em carros alegóricos, animavam camarotes e se reapresentavam na quarta de cinzas. Sim, faz tempo. Época lúdica de um futebol que se integrava à sociedade e vice-versa. Hoje, em muitos temas, discutimos as bolhas que cada um vive.
Mas o imaginário pode unir Carnaval e futebol de um jeito diferente. O folião se veste com a sua mais querida fantasia, a camisa do seu time, e vai para o salão preferido: o estádio. O palco repleto e com cores dominantes vira numa única ala, o grito da vitória é entoado e passa por cânticos que todos conhecem desde sempre. O gramado é a pista onde desfilam os donos da festa formando a ala da vitória, organizada, equilibrada e ensaiada para buscar uma nota máxima. E a fantasia é de encher os olhos com aquele azul da cor do céu.
E o coração acelera para entrar na batida do surdo da organizada. Atmosfera de alegria, apreensão e expectativa se alternam constantemente a cada apito que altera o ritmo daquela celebração. Arquibancada e jogadores depois de um início nervoso acertam o compasso e tomam conta da festa. O adversário desafina, erra o passo, perde a rota e se confunde no tempo de recuperação para uma sobrevivência.
Não era final, mas o Café estava pronto para entregar o troféu ao seu eterno campeão, mesmo sabendo que ainda tem outros concorrentes pela frente. Se ainda não dá pra gritar “é campeão”, dá pra eleger o melhor passista do desfile do sábado: Pablo, nota 10.

