'Vencer é a única opção', diz o técnico Parreira
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quinta-feira, 26 de outubro de 2000
Agência Estado De Santos
Sem tempo para preparar adequadamente o Santos para o jogo de amanhã contra o Bahia, o técnico Carlos Alberto Parreira vai apelar para a motivação do grupo. Não temos outra opção, a não ser vencer essa partida, disse ontem, durante sua apresentação como novo treinador santista. Parreira considera uma vitória fundamental, por ser contra um adversário direto na luta pela classificação, e já anunciou que irá tirar o time da cidade na semana que vem, para um trabalho intensivo numa estância hidromineral.
Parreira chegou ontem e ficará até o final da João Havelange na Vila Belmiro. Depois, pode até continuar dirigindo o clube, mas revelou que, no momento, só pensa em levar o time à classificação. Faltam seis jogos nessa fase, em que onze times brigam por quatro vagas e só vamos chegar à classificação ganhando. Ele elogiou a qualidade técnica de sua equipe. O mais importante num time é a condição física e a qualidade do jogador, mas só com essas duas condições não levam ninguém ao título de campeão.
Por isso, defende o perfil do Santos: Que é preciso um grande poder de participação, de não deixar o adversário jogar, de colocar sete ou oito jogadores atrás da linha da bola, além de ter coragem e personalidade.
Preocupado com a situação do Santos e com a necessidade de vencer, passou para os jogadores que, jogando em casa, o time tem que mostrar que é dono do pedaço. Pragmático, pensa na classificação e acha que a técnica tem que ser deixada um pouquinho de lado.
Disciplina Carlos Alberto Parreira está pronto também para disciplinar o grupo de jogadores, que tem se mostrado rebelde. Entende que Rincón e Edmundo e os demais jogadores querem ser campeões e, para isso, têm que se dedicar e cumprir com suas obrigações. Tenho certeza de que eles irão cumprir, porque não há sentido algum jogador ter privilégios num grupo de trinta atletas. Lembrou que para chegar ao título, é preciso que haja trabalho e seriedade. Tenho certeza de que isso haverá, principalmente, da parte deles, porque são líderes e devem dar o exemplo.
Parreira admite que não há tempo para grandes alterações na equipe para o jogo de amanhã, contra o Bahia, mas pretende fazer um trabalho intensivo aproveitando a folga no meio da semana. Os jogadores ficarão concentrados numa estância hidromineral, quando vai enquadrar os jogadores no esquema que será adotado daqui para a frente. Defendeu a realização de treinos em dois períodos, prática abolida no Santos desde a chegada de Edmundo e vai exigir respeito. Todo profissional quer respeito; eu respeito e isso tem que ser recíproco.
A exigente torcida santista parece não preocupar o técnico Parreira. Quem trabalha com clubes de ponta tem que estar preparado para suportar a pressão; quem não está, vai dirigir time da 2ª ou 3ª divisão, onde ninguém vai ver o treino e não faz cobrança.