Vence o relógio!
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segunda-feira, 23 de junho de 2014
ARI FERREIRA<br>[email protected]<br>EDUARDO MENDES<br>eduardomendes@l
O gol do Mané Garrincha é especial para a Seleção Brasileira. Principalmente o que fica à direita das câmeras de televisão. Um chutaço de Neymar, aos dois minutos da partida contra o Japão, há pouco mais de um ano, representou muito mais do que o primeiro gol da vitória por 3 a 0 na abertura da Copa das Confederações.
Um peso nas costas foi tirado do craque, que ganhou confiança, vestindo a 10 do Brasil pela primeira vez, para ser o melhor do torneio. Um novo time foi montado e hoje a cobrada marcação pressão, com gols "relâmpagos", virou marca que encantou os torcedores. Hoje, às 17h, contra o eliminado Camarões, o time tenta emplacar de novo a estratégia.
O que foi rotina no título, no entanto, virou raridade. Nos 12 jogos depois da campanha vitoriosa, só duas vezes o Brasil fez gols antes dos dez minutos, algo que aconteceu em três das cinco partidas da Copa das Confederações. O gol rápido passou a ser simbólico: trouxe sempre a torcida para "perto" do time e reduziu a ansiedade, que tem sido grande na Copa. Como repetir a dose agora?
- Não sei explicar exatamente o que fazer. Tentamos dar o máximo a cada treino, a cada jogo. As seleções estudaram muito a gente, sabem como a gente joga. Temos consciência que podemos melhorar - admitiu o lateral-esquerdo Marcelo.
Depois do título, só contra a Austrália, em amistoso justamente no Mané Garrincha, em 2013, e em março, contra a África do Sul, a Seleção fez o "gol relâmpago": Jô fez aos oito e Oscar, aos dez minutos.
Felipão cobrou muito isso nos treinos de preparação para a Copa.
Apesar do discurso padrão de respeito a Camarões, todos sabem internamente na Seleção Brasileira que o eliminado adversário de hoje é o ideal para que o time volte a trabalhar com eficiência. A exigência é por uma (boa) vitória antes das oitavas de final. Dos 24 jogos do Brasil com Felipão, só em seis um gol saiu até os dez minutos. Metade ocorreu na Copa das Confederações. Foi um momento mágico, que eleva a cobrança na Copa-2104. Vencer o relógio de novo não é tarefa simples.
EDUARDO MENDES
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