São Paulo - O lançamento do disco deu dois ouros para o Brasil no sexto dia de Jogos Paralímpicos de Tóquio, o que levou o país à contagem de 99 medalhas douradas na história. O esperado título de número 100 teve que esperar mais um pouco.

Imagem ilustrativa da imagem Velocista paranaense é prata na Paralimpíada
| Foto: Kazuhiro Nogi/AFP

Claudiney Batista dos Santos triunfou na classe F56 e se tornou bicampeão. Elizabeth Gomes, aos 56 anos, confirmou seu domínio, bateu o próprio recorde mundial e sagrou-se campeã pela primeira vez, na junção das classes F51, F52 e F53.

O paranaense Vinícius Rodrigues levou a prata nos 100 rasos classes T42/63, assim como Alessandro da Silva no arremesso do peso classe F11 e Bruna Alexandre no tênis de mesa, classe 10. O Brasil soma 35 medalhas em Tóquio: 12 ouros, 8 pratas e 15 bronzes, na sexta posição do quadro geral.

Com recorde mundial, Elizabeth Rodrigues Gomes, 56, conquistou o ouro no lançamento do disco classes F51/52/53 (atletas que competem sentados por comprometimento dos membros inferiores). Ela obteve a marca de 17,62 m para ganhar a prova.

"Parece que estou vivendo um sonho que se tornou realidade. Foram cinco anos esperando por esse grande feito, quando fiquei fora das Paralimpíadas do Rio por uma reclassificação funcional. Eu e minha treinadora Roseane Faria viemos galgando a cada treino, a cada suor derramado", afirmou Beth, emocionada, em entrevista ao SporTV.

Conhecida como "Fênix" (a ave que ressurge das cinzas), apelido que ganhou de um dos seus técnicos por sempre conseguir se reinventar, Beth é a atleta mais velha da delegação brasileira. Ela também já participou das Paralimpíadas no basquete em cadeira de rodas em Pequim-2008.

Em 2017, a atleta foi internada às pressas por causa de um surto de esclerose múltipla, doença autoimune que afeta o cérebro e a medula, descoberta por ela em 1993.

Também no lançamento do disco, Claudiney Batista dos Santos foi bicampeão. O atleta, que disputa a sua terceira edição de Paralimpíadas, quebrou o próprio recorde paralímpico com a marca de 45,59 m e conquistou o bicampeonato na classe F56 (também de atletas que competem sentados).

Paraná no pódio

O paranaense Vinícius Rodrigues, 26, conquistou a prata nos 100 m classe T42/63 (atletas amputados e outras deficiências) com a marca de 12s05, apenas um centésimo atrás do primeiro colocado. O ouro foi para Anton Prokhorov, do Comitê Paralímpico Russo, com 12s04. Leon Schaefer, da Alemanha, levou o bronze, com 12s22.

Ele fez sua estreia nas Paralimpíadas e quebrou o próprio recorde paralímpico da classe T63, que havia estabelecido nas eliminatórias. Prokhorov, que não usa prótese, bateu o recorde mundial da classe T42. "Lógico que, em todos os sonhos, a visualização que a gente faz é da [medalha] douradinha. Mas estou na minha primeira Paralimpíada. Vamos trabalhar firme que Paris está logo ali. Estou novinho", afirmou o brasileiro, em entrevista ao SporTV, referindo-se aos Jogos de 2024. O atleta de Maringá teve a perna esquerda amputada acima do joelho após sofrer acidente de moto aos 19 anos.

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