Vasco empata com Goiás e 'dorme' fora da zona de rebaixamento do Brasileiro
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domingo, 01 de novembro de 2020
CAIO BLOIS
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Em jogo de péssima qualidade técnica na Serrinha, Vasco e Goiás empataram por 1 a 1, neste domingo (1), e seguem sem vencer no Campeonato Brasileiro. Desfalcado, o Cruzmaltino não conseguiu manter a vitória após abrir o placar e ainda tomou sufoco do lanterna no segundo tempo. O estreante Léo Matos e o meia Shaylon marcaram os gols do jogo.
Com a igualdade, o time carioca segue em seu calvário no Brasileirão, onde não vence há sete jogos. A equipe até superou o Caracas no meio de semana pela Copa Sul-Americana. O time só ganhou três das últimas 15 partidas -apenas os últimos dois sob o comando do português Ricardo Sá Pinto. O Red Bull Bragantino joga amanhã, contra o Grêmio, e pode ultrapassar os vascaínos caso pontue.
O Goiás também não vence há nove partidas, e vê a distância para sair da zona de rebaixamento aumentar para sete pontos fazendo os dois jogos a menos não mudarem a situação do clube.
QUEM FOI MAL NO VASCO: RIBAMAR
Ninguém pode questionar a vontade e o esforço de Ribamar. Quando entra em campo, o camisa 9 briga, dá carrinho, corre, tromba e faz o possível para compensar suas limitações. Mas mesmo com a força enorme que faz, o atacante não consegue estar no mesmo nível do restante de seus companheiros. Muito mal tecnicamente, ele fez de tudo para ajudar, mas não conseguiu em mais uma noite. A má atuação foi o destaque negativo do Vasco, por atrapalhar a construção e finalização de jogadas do Cruz-Maltino.
QUEM FOI MAL NO GOIÁS: HERON
Do lado do Esmeraldino, no jogo ruim da Serrinha, o destaque negativo ficou por conta do zagueiro Heron. Além de engrossar em diversos lances, mostrando muitas limitações técnicas, o defensor fez uma falta perigosíssima em Ribamar -que poderia até gerar expulsão a depender da interpretação-, sendo de longe o ponto mais fraco do limitadíssimo time goiano.
QUEM FOI BEM: LEONARDO GIL E KEKO
Curiosamente os destaques da partida foram dois argentinos: o volante Leonardo Gil, do Vasco, e o atacante Keko Villalva, do Goiás. Ambos participaram dos lances de maior perigo na partida, que se esteve longe de agradar pela parte técnica, foi de muita entrega das duas equipes. O meiocampista cruz-maltino, inclusive, mostrou qualidades no passe e na bola parada, que podem ajudar a equipe na campanha de luta contra o rebaixamento no Brasileirão. Já o argentino do Esmeraldino é habilidoso e veloz, mas peca nas finalizações. A equipe da casa poderia ter saído com a vitória se não fossem as chances que perdeu.
VASCO DESORGANIZADO
Sem Castán, Benítez e Cano, seus três melhores jogadores, o Vasco naturalmente teve dificuldades logo no início do jogo. Ainda no começo de seu trabalho à frente do Cruz-Maltino, o português Ricardo Sá Pinto promoveu a estreia de Léo Matos na lateral-direita, e optou por um meio-campo com Leonardo Gil, Andrey e Carlinhos. A ideia era ter mais qualidade nos passes para manter a posse de bola. Mas foi o Goiás quem começou melhor: a partir dos 10 minutos, o Esmeraldino fez uma blitz na área vascaína e quase saiu na frente com Keko, por duas vezes.
ESTREANTE ABRE O PLACAR
Mesmo mal no jogo, o Vasco conseguiu sair na frente do placar. O estreante Léo Matos aproveitou cobrança de escanteio de Leonardo Gil no primeiro pau para raspar de cabeça e tirar qualquer chance de defesa de Tadeu. Com o gol, o Cruz-Maltino ganhou força no jogo. Praticante de futevôlei, o lateral-direito que chegou do PAOK, da Grécia, tem fama de artilheiro: marcou 60 gols na carreira antes de chegar à São Januário.
AÍ NÃO, FERNANDÃO
Aos 25, o Goiás teve sua chance mais clara no jogo. Edílson soltou uma bomba de fora da área e Fernando Miguel espalmou para a frente. Com o goleiro caído, o rebote caiu no homem-gol do Esmeraldino, Fernandão, na pequena área. Mas o centroavante, que barrou Rafael Moura, ídolo do clube, pegou forte demais e isolou, mandando a bola para a bandeirinha de escanteio.
OUTRA CHANCE PERDIDA
Fernandão teve a chance de se redimir aos 36, quando recebeu passe de Shaylon, protegeu e achou Keko livre na direita. O argentino olhou a saída de Fernando Miguel e deu um toquinho para encobrir o goleiro, mas tirou demais do gol e perdeu outra chance incrível para o Goiás.
GOIÁS VOLTA MELHOR E EMPATA
Assim como no início do jogo, o Goiás voltou do intervalo jogando melhor que o Vasco na Serrinha. Logo aos três minutos, Keko quase empatou, mas parou em Fernando Miguel.
Com um time remendado e desentrosado, o Cruz-Maltino fazia partida desorganizada e errava muitos passes, além de não conseguir reter a bola no ataque dada a má atuação de Ribamar. Superior, o Esmeraldino chegou ao empate, enfim, aos 11. Vinícius cortou da direita para o meio e tentou passe para Shaylon.
A bola desviou em Andrey e sobrou para Fernandão, que chutou para defesa de Fernando Miguel. No rebote, Shaylon aproveitou e enfim balançou as redes para o time da casa.
VASCO NÃO REAGE
O Vasco finalizou apenas uma vez no segundo tempo. A má atuação do Cruz-Maltino somada à falta de qualidade do Goiás fizeram o jogo ficar amarrado, congestionado e modorrento. Nem mesmo as entradas de Benítez e Tiago Reis mudaram o panorama. Longe dos 100%, o camisa 10 não repetiu suas melhores atuações, apesar de aumentar a qualidade da equipe. O atacante, que decidiu na vitória de meio de semana pela Copa Sul-Americana, não entrou bem e escorregou mais em campo do que ajudou o Vasco.
DOUGLAS BAGGIO E HE-MAN
Precisando da vitória, o técnico Enderson Moreira modificou seus atacantes buscando a virada. Saíram Vinícius e Fernandão, que não justificaram a titularidade, e entraram Douglas Baggio e Rafael Moura. Com a nova dupla na frente, o Goiás foi mais perigoso. Ídolo do clube, He-Man mostrou que não pode ser barrado numa equipe tão limitada e quase deixou o seu de cabeça, obrigando Fernando Miguel a fazer um milagre aos 46. Depois, ainda exigiu mais uma defesa do goleiro do Vasco em linda bicicleta.
Já Baggio entrou com velocidade pela ponta direita e explorou bem o lado aberto com Neto Borges, que substituiu Henrique. Saíram dali as melhores jogadas do Esmeraldino no fim do jogo, insuficientes, entretanto, para modificar o resultado.