RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - Um clima de terra arrasada. Assim se encontra o Vasco após mais uma derrota vexatória, desta vez para o Vitória, na quarta-feira (10), que sepultou de vez as irrisórias chances matemáticas de acesso à Série A do Campeonato Brasileiro.

Calada e sem se manifestar publicamente, a diretoria sofre uma forte pressão da torcida e de conselheiros por uma reformulação completa do departamento de futebol enquanto grupos de oposição articulam um processo de destituição do presidente Jorge Salgado, que está em seu primeiro ano de mandato.

No chamado "campo e bola", o diretor-executivo Alexandre Pássaro sofre fortes críticas pela montagem do elenco e sua continuidade para a próxima temporada é incerta. Apesar do apoio de Salgado, o jovem dirigente já não goza mais de prestígio junto à maioria dos integrantes da diretoria e também foi bastante xingado pelos torcedores nos últimos jogos em São Januário.

Uma mudança na estrutura do setor já é dada como certa com a chegada de novos profissionais. A indefinição fica sobre a permanência ou não de Pássaro compondo o futuro organograma da pasta.

Do plantel, a grande maioria dos jogadores em fim de contrato não deverá permanecer. A continuidade do técnico Fernando Diniz também está sendo avaliada, assim como a renovação do atacante Germán Cano, que tem propostas.

Na política, grupos que integraram a base de apoio do ex-presidente Eurico Miranda e do ex-candidato Leven Siano nas últimas eleições agora articulam um processo de recolhimento de assinaturas de sócios com direito a voto para que seja convocada uma AGE (Assembleia Geral Extraordinária) com o intuito de colocar em votação a destituição do presidente da Diretoria Administrativa, Jorge Salgado.

A iniciativa quer ainda destituir os presidentes dos Conselhos Fiscal e Deliberativo, além dos conselheiros eleitos. Um formulário online e presencial já está disponível para as assinaturas bem como uma carta justificando os motivos desta movimentação política.

Em nota oficial emitida na última segunda (8), a assessoria de imprensa do Vasco informou que a Diretoria Administrativa só irá se manifestar publicamente ao término da Série B, em que ainda restam três rodadas, nas quais a equipe cumprirá tabela.

A falta de um dirigente na entrevista coletiva após a recente derrota para o Vitória causou forte indignação de torcedores nas redes sociais. Na ocasião, somente o técnico Fernando Diniz se pronunciou e evitou falar sobre o planejamento da próxima temporada.

"Eu não estou pensando em continuidade. Não sou de fazer planos para o futuro. Eu tenho é que pedir desculpas ao torcedor do Vasco, que merece muito mais do que isso. Da minha parte, nunca faltou esforço. Eu amo futebol, eu quis vir para o Vasco e adoro estar aqui. Mas o torcedor merece muito mais e temos que entregar muito mais", disse.

"Não tenho a mínima pretensão de falar de planejamento. Temos que falar de agora e pedir desculpas. O torcedor veio aqui e, em boa parte do jogo, nos apoiou. E nós entregamos isso aí. Então temos que nos envergonhar e pedir desculpa, embora o torcedor mereça vitória e não desculpas", completou Diniz.