Ultimato a Maradona: 'As drogas ou a vida'
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terça-feira, 11 de janeiro de 2000
France Presse
De Buenos Aires
A severa advertência do cardiologista Alfredo Cahe, médico pessoal de Diego Maradona, de que se o ex-jogador argentino não largar as drogas não terá longa vida foi amplamente destacada ontem pela imprensa da capital argentina. Maradona, de 39 anos, foi levado anteontem à noite para Buenos Aires em um avião do balneário uruguaio de Punta del Este, onde esteve internado por seis dias à beira da morte por hipertensão e arritmia.
Foi internado imediatamente, em meio a grande confusão entre funcionários da clínica e fotógrafos, no Instituto Fleni (Fundação para a Luta contra as Enfermidades Neurológicas da Infância) em estado neurologicamente perfeito, sem insuficiência cardíaca, segundo boletim médico de domingo à noite.
Ele já tinha sido atendido há um ano nesse instituto, assim como o então presidente argentino Carlos Menem quando sofreu anos atrás um problema cardíaco.
De acordo com versões não oficiais, Maradona permanecerá no Fleni por uma semana e depois pode ser internado por quase um ano em um centro de recuperação especializado no Canadá.
Segundo o cardiologista argentino Carlos Alvarez, Maradona sofreu uma arritmia que pode ser mortal. Correu risco de morte e se não se cuidar, não terá vida longa.
A primeira vez que Maradona teve seu nome envolvido com as drogas foi em 30 de março de 1991. Exame antidoping realizado após a partida Napoli 1 x 0 Bari (disputada em 17 de março), pelo campeonato italiano, revelou traços de cocaína na urina do jogador. Maradona foi suspenso do futebol por 15 meses.
Em abril do mesmo ano, a polícia argentina encontrou meio quilo de cocaína no apartamento do jogador em Buenos Aires. Maradona estava no local e também foi preso por suposta posse de drogas. O jogador pagou fiança de US$ 20 mil e saiu da prisão.
Em 25 de junho de 94, um exame antidoping após a vitória da Argentina por 2 x 1 sobre a Nigéria, pela Copa dos EUA, acusou a presença de efedrina na urina do jogador. Maradona disse que ingeriu, por conta própria, Nastizol descongestionante nasal. Foi novamente suspenso do futebol por 15 meses.
Em agosto de 96, o craque argentino internou-se em uma clínica na Suíça para livrar-se da dependência das drogas (cocaína).
