O elenco estelar e o respaldo financeiro não foram suficientes para que o Olympikus devolvesse ao Rio o título nacional masculino de vôlei. Subvertendo o que era dado como certo no início das finais, o Ulbra/Diadora, de Canoas (RS), conquistou o título da Superliga 97/98. Ontem, derrotou o Olympikus por 3 sets a 1 (15/13, 15/7, 10/15 e 16/14), no ginásio Miécimo da Silva, no Rio, fechando o playoff final em 3 a 2. Foi a primeira vez que a liga precisou de cinco confrontos para conhecer seu campeão.
Com a derrota da equipe, que se transferira de Indaiatuba (SP), o Rio completa sua 17ª temporada sem conquistas. O último campeão nacional pelo Estado foi o Atlântica-Boavista, em 1981. Os cariocas chegaram às finais como o melhor aproveitamento dentre todos os 12 participantes. Ao longo da competição, sofreram (somada a de ontem) 6 derrotas em 35 jogos. O Ulbra-Diadora, em sua segunda temporada (fora sexto na anterior), encerrou sua campanha com 11 derrotas. O time gaúcho já dera provas de seu poderio nas semifinais, ao eliminar o então campeão Report/Suzano, apontado como única equipe capaz disputar em igualdade o título com o Olympikus.
Com o orçamento anual de R$ 3 milhões, o time carioca tem em suas fileiras seis jogadores de seleções (entre eles Nalbert, os campeões olímpicos Maurício e Carlão e o argentino Milinkovic). A Ulbra dispôs de metade desse montante.
‘‘Eles poderiam ter levado o título em 3 a 0. Todos diziam que éramos inferiores. Mas não poderíamos ser humilhados. Então, jogamos todas na base da garra. Isso faltou a eles’’, disse o levantador Weber, 31, do Ulbra/Diadora. O jogador chegou a estar vetado para a partida por causa de uma cirurgia para retirada de um furúnculo na perna. Ontem, por causa das dores, nem fez aquecimento, mas disputou todos os sets. ‘‘O Ulbra teve muito mais competência. Tiveram mais vontade. Eles sempre quiseram mais (o título) que a gente’’, disse o técnico Renan dal Zotto, do Olympikus. ‘‘É preciso ter humildade. Não tem essa de não poder perder. Os caras tiveram mais ‘culhões’’’, disse o atacante Carlão. O Olympikus depositava sua expectativa para a conquista do título na manutenção de uma quase-regra: não perder jogos em casa. Em 17 partidas, havia sofrido apenas uma derrota (para o Report).