Ulbra/Diadora vence no Rio e leva título
PUBLICAÇÃO
domingo, 19 de abril de 1998
Agência Folha
O elenco estelar e o respaldo financeiro não foram suficientes para que o Olympikus devolvesse ao Rio o título nacional masculino de vôlei. Subvertendo o que era dado como certo no início das finais, o Ulbra/Diadora, de Canoas (RS), conquistou o título da Superliga 97/98. Ontem, derrotou o Olympikus por 3 sets a 1 (15/13, 15/7, 10/15 e 16/14), no ginásio Miécimo da Silva, no Rio, fechando o playoff final em 3 a 2. Foi a primeira vez que a liga precisou de cinco confrontos para conhecer seu campeão.
Com a derrota da equipe, que se transferira de Indaiatuba (SP), o Rio completa sua 17ª temporada sem conquistas. O último campeão nacional pelo Estado foi o Atlântica-Boavista, em 1981. Os cariocas chegaram às finais como o melhor aproveitamento dentre todos os 12 participantes. Ao longo da competição, sofreram (somada a de ontem) 6 derrotas em 35 jogos. O Ulbra-Diadora, em sua segunda temporada (fora sexto na anterior), encerrou sua campanha com 11 derrotas. O time gaúcho já dera provas de seu poderio nas semifinais, ao eliminar o então campeão Report/Suzano, apontado como única equipe capaz disputar em igualdade o título com o Olympikus.
Com o orçamento anual de R$ 3 milhões, o time carioca tem em suas fileiras seis jogadores de seleções (entre eles Nalbert, os campeões olímpicos Maurício e Carlão e o argentino Milinkovic). A Ulbra dispôs de metade desse montante.
Eles poderiam ter levado o título em 3 a 0. Todos diziam que éramos inferiores. Mas não poderíamos ser humilhados. Então, jogamos todas na base da garra. Isso faltou a eles, disse o levantador Weber, 31, do Ulbra/Diadora. O jogador chegou a estar vetado para a partida por causa de uma cirurgia para retirada de um furúnculo na perna. Ontem, por causa das dores, nem fez aquecimento, mas disputou todos os sets. O Ulbra teve muito mais competência. Tiveram mais vontade. Eles sempre quiseram mais (o título) que a gente, disse o técnico Renan dal Zotto, do Olympikus. É preciso ter humildade. Não tem essa de não poder perder. Os caras tiveram mais culhões, disse o atacante Carlão. O Olympikus depositava sua expectativa para a conquista do título na manutenção de uma quase-regra: não perder jogos em casa. Em 17 partidas, havia sofrido apenas uma derrota (para o Report).