'Treino alemão' esconde o time titular
PUBLICAÇÃO
sábado, 29 de janeiro de 2000
Áureo Nogueira
De Londrina
O técnico da Seleção Brasileira, Wanderley Luxemburgo, somente hoje define o time que inicia a partida contra a Colômbia, às 17 horas de amanhã, no Estádio do Café. O jogo define a classificação das duas seleções do Grupo A e suas respectivas posições. Somente uma goleada de 5 a 0 e de 6 a 0 tira o Brasil e a Colômbia, respectivamente, do quadrangular final do Torneio Pré-Olímpico. Nesse caso, os classificados seriam a seleção vitoriosa e a do Chile.
Para ser a campeã do grupo, a Colômbia joga pelo empate. Mas Luxemburgo não acredita que o técnico Javier Alvarez mude a forma ofensiva de o time colombiano jogar. A Colômbia não deve mudar sua característica. Ela tem um ataque muito forte e também volta rapidamente para se defender, disse Luxemburgo, acrescentando que a preocupação brasileira com a Colômbia é a mesma que os colombianos devem ter com o Brasil.
Além de ser o jogo da classificação, o técnico brasileiro considera esta a partida mais difícil da fase preliminar do Pré-Olímpico. Talvez essa seja mais uma razão para Luxemburgo fazer mistério sobre a escalação da equipe.
A expectativa era de que o técnico definisse o time titular no treino de ontem, antecipado da tarde, na Associação dos Funcionários Municipais (AFML), para a manhã, no Estádio Vitorino Gonçalves Dias (VGD). Depois do treino, os jogadores foram levados a uma chácara às margens do Lago Igapó, onde iriam almoçar e descansar o restante do dia. A imprensa não teve acesso nem mesmo para fazer imagens.
Antes de iniciar o treino, a Comissão Técnica se reuniu com os jogadores no centro do campo por aproximadamente 20 minutos. Luxemburgo disse que chamou a atenção dos jogadores para a importância do jogo contra a Colômbia e explicou que o grupo é composto por 20 titulares. Disse a eles que vamos obter a classificação e a vaga em Sydney com todos os 20 jogadores, e não somente com os 11 que saem jogando.
Em vez do esperado coletivo, Luxemburgo promoveu um treino alemão (dividiu o grupo em três times). Aos iniciar a distribuição dos coletes de cor laranja (usado pelos titulares nos coletivos anteriores), houve grande expectativa. Mas ele acabou distribuindo também coletes verdes e determinou que o terceiro time treinasse sem colete.
Como este homem é cabalista... E depois ainda não quer que gritem na orelha dele, comentou um torcedor, grudado no alambrado do Estádio VGD, referindo-se às vaias da torcida ao fraco desempenho da seleção nas partidas anteriores. Todo o mundo quer mudança no time, principalmente no ataque. Mas ele é tão cabalista que deve manter o mesmo time só para não dar o braço a torcer, emendou o torcedor.
A expectativa de mudanças no time titular da Seleção Brasileira atinge os jornalistas e a torcida e contagia também os jogadores sobretudo aqueles que sentem a possibilidade de entrar ou sair do time. Entretanto, nenhum arrisca reivindicar a titularidade ou a jogar a camisa para o reserva. Todos seguem o mesmo discurso do comandante, o técnico Wanderley Luxemburgo.
O importante é participar do grupo e estar preparado para ajudar o Brasil a conseguir a classificação para Sydney - é a frase mais ouvida dos jogadores (veja texto ao lado).
