Londrina, 02 (AE) - O Torneio Pré-Olímpico poderia ser apenas mais uma competição no currículo dos treinadores das seleções principais de alguns países da América do Sul, mas acabou tendo um custo alto para alguns deles, como Javier Alvarez, da Colômbia, e Hector Vieira, da Bolívia. Eles foram afastados depois do fiasco de suas equipes no torneio.
A Bolívia perdeu os quatro jogos disputados e a Colômbia vinha bem até sofrer uma goleada humilhante do Brasil por 9 a 0 e ser eliminada. Alvarez reclamou que foi contratado para dirigir o time nas Eliminatórias para Copa do Mundo de 2002, mas seu protesto resultou em nada.
Para o técnico Wanderley Luxemburgo, seria cômodo que um de seus auxiliares comandasse a seleção brasileira no Pré-Olímpico. "Mas eu não estou aqui para me esconder, o que nunca fiz em minha vida", disse. Mesmo na hipótese de não classificar o Brasil, Luxemburgo está garantido na seleção pelo menos até 2002, como já assegurou várias vezes o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, certo de que o Brasil conseguirá uma vaga nas eliminatórias.
No Chile, o treinador Nelson Acosta dirigiu sua equipe nos três primeiros jogos da competição e obteve ótimos resultados: empate com Brasil e vitória sobre Equador e Venezuela. Acosta desligou-se do grupo em Londrina para a disputa de um amistoso da seleção principal contra os Estados Unidos. Na rodada seguinte do Pré-Olímpico, o Chile foi goleado pela Colômbia por 5 a 1 e seus dirigentes chegaram a cancelar as reservas num hotel da cidade por não acreditar mais na classificação, o que só foi possível graças à goleada do Brasil sobre os colombianos.
Quem ficou no lugar de Acosta foi Hector Pinto, que deverá permanecer na função até o final do torneio. Mais prudente, o técnico do time principal da Venezuela, Omar Pastoriza, veio ao Paraná para acompanhar da arquibancada os jogos e não interferiu no trabalho de Alonso Lino, elogiado por ter conseguido um empate inesperado com a Colômbia e uma vitória convincente sobre o Equador.
Duas das seleções favoritas à conquista de uma vaga à Olimpíada de Sydney, Argentina e Uruguai, trouxeram seus técnicos reservas: Victor Pua, do Uruguai, costuma conversar quase diariamente com o coordenador-técnico da seleção, o ex-jogador Daniel Passarela. Na Argentina, Jose Pekerman adota o estilo de seu superior, Marcelo Bielsa, no convívio com a imprensa: é curto, claro e, às vezes, deselegante. Pua e Pekerman, por terem classificado suas seleções à fase final do torneio, não correm risco de demissão. Peru, Paraguai e Equador também não vieram ao Pré-Olímpico com seus principais treinadores.