RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - Nem lá, nem cá. O Botafogo vive, neste início de temporada, um momento dúbio no departamento de futebol. Ao mesmo tempo que há a expectativa de investimentos em breve, a diretoria ainda aguarda os trâmites da transição para a SAF (Sociedade Anônima do Futebol) para poder avançar no mercado.

Esse período gera tensão na comissão técnica, como explicitou Enderson Moreira, após o empate com o Boavista na última terça-feira (25), na estreia no Campeonato Carioca, competição para a qual o time alvinegro voltará às 16h deste domingo (30), agora em confronto com o Bangu, no Engenhão.

De acordo com o treinador, o Botafogo já havia realizado um mapeamento em busca de reforços e tinha algumas negociações em andamento, mas aguarda que tudo seja concretizado com John Textor, empresário norte-americano que será o dono de 90% da SAF botafoguense, para encaminhar acertos.

"Agora é o período mais complicado, porque é um período de transição e não conseguimos caminhar. Estamos aguardando, esperando que os papéis possam ser assinados e as coisas sejam bem definidas para que possamos caminhar e ir em busca daqueles atletas que foram colocados há algum tempo como prioridade para a temporada de 2022", disse.

Segundo o treinador, a situação faz com que o Botafogo antecipe algumas situações, como a utilização de atletas oriundos da base neste Estadual, além de não conseguir suprir as carências identificadas para a temporada.

"Hoje temos um novo dono, estamos aguardando um pouco o que são as novas diretrizes. Com certeza queríamos ter uma equipe com jogadores com boa experiência, isso seria importante para os meninos, seria um espelho para eles. Mas a gente não teve isso, e era uma preocupação minha desde o ano passado que a gente pudesse, já nesse início, ter uma equipe bem competitiva, madura e bem preparada."

"Não podemos, infelizmente, esperar um time para o Brasileiro porque o Estadual é extremamente importante", sintetizou o treinador.

O processo pelo qual o clube passa se iniciou após a aprovação do contrato vinculante —documento que demonstra um compromisso firme do comprador em executar o negócio ali indicado— por parte do Conselho Deliberativo e Assembleia Geral.

Inicialmente, haverá um aporte de R$ 50 milhões em empréstimo, quantia que também poderá ser usada na contratação de jogadores, caso assim defina um comitê formado por membros do clube e do investidor, segundo explicou o advogado Jorge Gallo, que assessorou Textor, em recente entrevista ao UOL Esporte. Vale lembrar, porém, que há questões da rotina do clube que a cúpula visa quitar e poderá usar esse valor.

Posteriormente, com toda a burocracia finalizada, haverá o pagamento de três parcelas de R$ 100 milhões, a primeira virá à vista, a segunda, em 12 meses, e a terceira, em 24 meses, além de um aporte final de R$ 50 milhões em 36 meses.

"Nossa intenção é fechar a documentação e auditoria o quanto antes, porque só com essa negociação fechada que vai se conseguir fazer um planejamento concreto. Ainda que se tenha o benefício da janela maior, o quanto antes você conseguir formar o elenco que vai, ao menos, iniciar essa nova caminhada, melhor", disse Gallo, na ocasião.

Estádio: Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ)

Horário: 16h (de Brasília) deste domingo (30)

Árbitro: Yuri Elino Ferreira da Cruz