Torcedores vão embora e deixam estádio quase vazio
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sexta-feira, 07 de janeiro de 2000
Por Dinoel Marcos de Abreu
São Paulo, 07 (AE) - O apelo dos treinadores do Al Nassr, Milan Zivadinovic, e do Raja Casablanca, Fathi Jamal, para que os torcedores do Corinthians ficassem no Morumbi, após o jogo da equipe brasileira contra o Real Madrid não deu certo. Mais da metade do público, cerca de 50 mil torcedores, foi embora, após a primeira partida. Dessa forma, o estádio estava quase vazio na hora do jogo entre o time da Arábia Saudita e do Marrocos. Brenno Rossini de Ales, de 22 anos, formado em Relações Internacionais, foi um dos que ficaram no Morumbi. "Moro perto do estádio, caminho 15 minutos e já estou em casa, posso dormir até mais tarde no dia seguinte, por isso resolvi ficar para torcer pelo Raja Casablanca", disse Breno, enquanto comia amendoim, no setor de arquibancada quase vazio.
Na verdade, Brenno queria compensar o tempo que perdeu na primeira partida. Ele trabalhava na Avenida Paulista, de onde saiu às 17 horas para assistir ao primeiro jogo da rodada dupla. Por causa da chuva, o trânsito na cidade ficou novamente conturbado. Assim, Brenno só chegou ao estádio às 19h30. "Perdi uns 30 minutos de jogo", disse o torcedor. "Quando cheguei ao Morumbi, o Corinthians já havia empatado a partida."
Por morar perto do Morumbi, Brenno, que sonha ser diplomata, quase não perde os jogos do Corinthians no estádio do São Paulo. Ele também assistiu a primeira rodada do Mundial, na quarta-feira. Mas não sabe se segunda-feira, dia de decisão no Grupo A, irá assistir aos dois jogos. "Há um pouco de bagunça para se comprar os ingressos", disse o torcedor. "Acho que o Brasil não tem condição de organizar uma outra Copa do Mundo." Ele não gostou de ver os torcedores do Corinthians comemorarem o gol do AL Nassr, adversário do Alvinegro, segunda-feira, na hora que o time da Arábia Saudita fez 1 a 0, logo no começo da partida. "Temos de torcer contra os árabes, porque se eles vencerem podem complicar contra o Corinthians", lembrou Brenno. "Não tem jeito, temos de torcer mesmo para o Verde."

