SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - Torcedores a favor da democracia criticaram a decisão do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), que proibiu grupos pró e contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de se manifestarem na mesma data, na avenida Paulista, em São Paulo.

"A decisão judicial proferida no fim da sexta-feira manifesta o desrespeito e cerceamento da Justiça de são Paulo ao direito à manifestação e liberdade de expressão. A mera justificativa da mínima possibilidade de confronto entre posições políticas antagônicas não sustenta a violação do direito à manifestação. A decisão, sem ouvir as partes interessadas, proíbe a realização de atos na avenida Paulista no domingo do dia 7, na ânsia pela manutenção da ordem acaba por proteger aqueles que atuam pelo fascismo e pela apologia da ditadura", informou em nota o Movimento Somos Democracia.

Para o Movimento Somos Democracia, "apesar do inconformismo com a decisão, irá atender a determinação judicial, para preservar a integridade física dos manifestantes e evitar a repressão, mas não vamos recuar dos nossos propósitos de interromper a marcha autoritária que rompe os limites constitucionais e da democracia. Um passo pro lado sim, mas para trás nunca."

Eles informaram ainda que vão fazer uma manifestação no Largo da Batata, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, às 14h.

CONFRONTO EM MANIFESTAÇÃO

No último domingo, um ato foi organizado por coletivos ligados a torcidas de futebol e era autointitulado pró-democracia e antifascista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista. A poucos metros dali, em frente à sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), havia um grupo de manifestantes pró-Bolsonaro, que realizava um ato no local. Houve confronto entre manifestantes dos dois grupos e a Polícia Militar interveio com bombas de gás.