Um torcedor do Arapongas (Região Metropolitana de Londrina) foi preso por praticar atos de injúria racial contra o árbitro de uma partida entre o time e o PSTC (Paraná Soccer Technical Center) pelo Campeonato Paranaense Sub-17. A ocorrência foi registrada no início da tarde do último sábado (10), no Centro de Treinamentos do PSTC, localizado na zona leste de Londrina.

De acordo com a PM (Polícia Militar), os policiais foram acionados pelo próprio árbitro, que alegou que o torcedor havia proferido ofensas de cunho racista contra si. Segundo o B.O. (Boletim de Ocorrência), o acusado já havia sido alertado pelos assistentes de campo após chamar o juiz de "macaco ladrão" e "preto safado".

O árbitro, após ouvir as ofensas, foi até o alambrado e avisou a todos que iria encerrar a partida e que a polícia já havia sido acionada. Nesse momento, o torcedor foi até o local e, mais uma vez, disse que o juiz era um "preto safado".

A PM, que já estava no local antes de o árbitro anunciar o final do jogo, acionou mais viaturas, visto que cerca de 70 torcedores do Arapongas estavam presentes no centro de treinamento e resistiram à prisão do acusado, que se negou a ir com os policiais após ser identificado.

Os torcedores, então, se aglomeraram e atacaram os agentes da PM, que tiveram de usar spray de pimenta para conter a confusão e dispersar os indivíduos.

O juiz decidiu prestar queixa contra o torcedor e o homem foi preso em flagrante pelo crime de injúria racial, que, após ser equiparado ao crime de racismo em janeiro deste ano, se tornou inafiançável. O acusado foi encaminhado para a Central de Flagrantes da PC (Polícia Civil) e deve passar por uma audiência de custódia nesta segunda-feira (12).

A partida seguiu até o final e teve o PSTC, dono da casa, como vencedor com o placar de 2 a 1.

Em uma publicação no Instagram, o Arapongas afirmou que o torcedor foi acusado injustamente. O post, contudo, foi apagado algumas horas depois.

O PSTC, por sua vez, publicou uma nota oficial nas redes sociais, na qual afirma não compactuar "com nenhum tipo de discriminação e preconceito". Segundo o texto, o clube "deu todo respaldo e assistência à equipe de arbitragem" assim que foi comunicado sobre o ocorrido.