SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Embora o técnico Abel Ferreira tenha relutado no passado para utilizar Raphael Veiga e Gustavo Scarpa como meias juntos entre os titulares do Palmeiras, a dupla faz grande temporada em 2021 e domina estatísticas ofensivas do Campeonato Brasileiro. Ambos foram decisivos na vitória de domingo (31), diante do Grêmio, por 3 a 1.

Autor de dois gols e craque da partida na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, Veiga é o artilheiro do Palmeiras na temporada, com 15 gols, e também o meia que mais marcou na atual edição do Brasileiro, com oito tentos.

Na competição, o camisa 23 também é o jogador de sua posição com mais finalizações no alvo (30) e o segundo em finalizações (61), segundo a plataforma Footstats. Além disso, ao empatar a partida contra o time gaúcho, ele chegou à incrível marca de 15 pênaltis convertidos de 15 cobrados com a camisa do Palmeiras.

Ao todo, na temporada de 2021, o atleta de 26 anos soma 15 gols e cinco assistências em 46 jogos, precisando de 170 minutos para participar de um gol pelo clube alviverde.

Gustavo Scarpa, por sua vez, não fica para trás, apesar de ocupar o banco de reservas na equipe de Abel Ferreira, com exceção ao jogo em Porto Alegre, em que deu o passe para o segundo gol de Veiga, finalmente formando uma parceria desde o início com o companheiro.

Ele é o jogador da Série A com mais assistências em toda a temporada, com 18 passes para gol. No Brasileiro, de acordo com o SofaScore, o meia é o primeiro em assistências (11), passes decisivos (63), grandes chances criadas (11) e cruzamentos certos (49), além de ter marcado três gols.

Considerando toda a temporada, foram ainda sete gols em 49 jogos (33 como titular), além das assistências, com uma participação em gol a cada 113 minutos, segundo a Footstats.

Frequentemente perguntado acerca do porquê de não escalar o Palmeiras com os dois meias na armação dos ataques da equipe, Abel Ferreira sempre ponderou que não via problemas em Veiga e Scarpa atuando entre os titulares, mas preferia que seus times tivessem um volante, um segundo volante e um meia no setor.

O português falou mais uma vez sobre o tema na coletiva de imprensa após o jogo na capital gaúcha. "Quando penso na formação da equipe, penso nas características dos jogadores. Já disse várias vezes que jogamos em função dos jogadores com as características que temos. E já disse que gosto de um 5, um 8 e um 10", afirmou o treinador.

Mesmo a escalação de Scarpa contra o Grêmio, para Abel, não foi uma exceção à sua preferência, uma vez que o camisa 14 e Dudu atuaram pelas pontas, e Rony, centralizado. "Hoje optamos por um ponta que não é ponta, que é o Scarpa. Agora é fácil falar porque ganhamos, mas há jogos que perdemos e as coisas são bem feitas. A minha função não é avaliar em função do resultado", prosseguiu o comandante alviverde.

A respeito da utilização de Rony na frente em vez de Luiz Adriano, embora os números do camisa 7 não tenham sido expressivos diante do Grêmio, o técnico se mostrou satisfeito.

"Tenho uma opinião diferente [de que foi mal]. Os estudos dizem que um jogador, em média, toca no máximo três minutos na bola durante o jogo; os outros 87 são sem a bola. Quando vocês veem o segundo gol, para abrir aquele espaço entre linhas, é preciso movimento sem a bola, e esse espaço só abre porque o Rony trabalha sem bola. Queríamos ter velocidade em cima dos dois zagueiros, empurrar a linha [defensiva] para trás, criar espaços para que o Veiga, o Scarpa e o Dudu jogassem entre linhas", afirmou.