SÃO PAULO, SP, E RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - Eleito presidente da CBF na manhã desta quarta-feira (23), Ednaldo Rodrigues disse que ainda discutirá com o técnico Tite sobre sua permanência no comando da seleção brasileira após a Copa do Mundo do Qatar. A declaração poderia colocar em dúvida a decisão já manifestada pelo treinador de encerrar o trabalho em dezembro, mas o próprio Tite impediu que o assunto repercutisse mais.

"Muita luz para dirigir não só a seleção brasileira, mas o conjunto futebol, e que ele seja parte harmônica dessa situação toda, é meu desejo. Segundo, o assunto já está batido e passado. Desde a minha entrada já externei essa vontade [de sair depois da Copa do Mundo]. É notícia já passada. E maturidade na sequência da nossa vida", afirmou Tite em entrevista coletiva na Granja Comary.

Ednaldo Rodrigues está na presidência da CBF de forma interina desde agosto de 2021. Portanto, tem relação consolidada com Tite em reuniões e viagens —antes ele era vice-presidente da entidade. Agora no cargo máximo, tem mandato até março de 2026 e conduzirá a sucessão do treinador. Em entrevista após a eleição, tratou a saída de Tite como dúvida, não como certeza.

"A CBF vem dando todo apoio à comissão técnica bem comandada pelo Tite. Todas as demandas para atingir seu melhor desempenho a gente tem feito e continuará realizando. Acreditamos que possa vir o título do Mundial. Com relação ao que Tite coloca, que será após uma era, discutiremos o assunto após acabar a Copa do Mundo. Vou ouvir o Tite sobre e se é necessário ter alguém acompanhando. Eu mesmo serei esse interlocutor. Quero estar sempre presente", disse.

Antes, este "alguém acompanhando" era Gustavo Feijó, agora ex-vice-presidente da CBF. O coordenador da seleção, que tem contato mais direto com Tite, é Juninho Paulista.

Tite foi anunciado como sucessor de Dunga na seleção brasileira em junho de 2016. Ele conquistou a Copa América de 2019, foi vice em 2021 e conduziu campanhas arrasadoras nas duas Eliminatórias de Copa do Mundo. No Mundial da Rússia, caiu para a Bélgica nas quartas de final. Agora, espera mudar a história no Qatar.

O próximo jogo é nesta quinta-feira (24), contra o Chile, pelas Eliminatórias: "Tomara que ela [seleção] possa ser criativa e ofensiva, que ela seja sólida e que ela vença num processo evolutivo. E que o clímax seja a Copa do Mundo."