A Superliga Nacional Feminina de Vôlei, a principal competição da modalidade no País, começa domingo com o objetivo de mostrar a força do esporte, medalha de bronze na Olimpíada de Atlanta e bicampeão do Grand Prix Mundial.
O torneio mostrará também, pelo menos no início, um drama: o Tietê Vôlei Clube, a única equipe que vai estrear na competição sem patrocinador, corre contra o tempo para montar o time para enfrentar o MRV/Minas, domingo, às 16 horas, na cidade de Tietê.
O time de vôlei de Tietê, na verdade, foi desfeito em abril, após a conquista do Campeonato Sul-Americano de Clubes no Peru, quando o cartão de crédito Sollo retirou o patrocínio da equipe. As jogadoras se dividiram por vários times e no Campeonato Paulista o clube foi representado pelo Datasul, de Joinville. Para a Superliga, porém, o Tietê tinha apenas o ginásio, a vaga e mais nada.
Na tentativa de aproveitar a vaga, o ex-supervisor do Tietê, Washington Pinto, resolveu montar um time para competir. Com o apoio do técnico Dagoberto Tadeu, o dirigente procurou as melhores jogadoras da Primeira Divisão de São Paulo, oferecendo a oportunidade de disputar a Superliga. As atletas aceitaram um contrato de risco: não vão receber salários enquanto o time não conseguir patrocínio.
‘‘Mandamos projetos para algumas empresas e tenho esperança de que acertaremos a situação o mais rápido possível’’, explica Washington, que pode levar o time para qualquer cidade do Estado de São Paulo, embora a vaga seja de Tietê. ‘‘Consegui autorização da prefeitura, que não tinha como montar a equipe e estava sujeita a pagar multas e indenizações para a Confederação Brasileira de Vôlei.’’
Dagoberto está treinando um grupo de sete atletas no Ginásio do Palestra, em São Bernardo, enquanto aguarda outras cinco. Apenas hoje, o time viajará para Tietê. As jogadoras ficarão numa chácara, cedida pelo empresário Paulo Gaúcho, do Restaurante Maurílio. Os uniformes de jogo e de treino já estão garantidos, sendo fornecidos pela Rasut Esportes, de São Caetano. O grupo espera também o apoio da população de Tietê, porque contará com a bilheteria do ginásio para pagar despesas de arbitragem e de viagens.