TÓQUIO, JAPÃO (FOLHAPRESS) - A final olímpica é a casa de Thiago Braz, 27. Atleta das grandes ocasiões, em agosto de 2016 ele fez a melhor marca de sua carreira para ficar com a medalha de ouro. Cinco anos depois, saltou 5,87 m e conquistou o bronze no Estádio Olímpico de Tóquio.

Imagem ilustrativa da imagem Thiago Braz é bronze no salto com vara e fatura sua 2ª medalha em Olimpíadas
| Foto: Fernanda Paradizo /Fotoarena/Folhapress

O resultado apareceu apesar de um ciclo acidentado. Ele foi demitido do Pinheiros, clube paulistano que defendia, durante a pandemia da Covid-19, no ano passado, e ficou sem equipe no país. Grande parte da sua preparação aconteceu em Formia, na Itália, porque foi onde encontrou as melhores condições. São poucos os lugares no Brasil que têm até mesmo o colchão necessário para a queda após o salto.

Ser duas vezes medalhista olímpico no atletismo, algo que o Brasil não tem em provas individuais desde Joaquim Cruz (ouro em Los Angeles-1984 e prata em Seul-1988), pode voltar a alavancar a carreira do melhor atleta do salto com vara da história nacional.

Depois do ouro em 2016, ele passou a ser agenciado pela empresa do pai de Neymar, atacante brasileiro do Paris Saint-Germain. Mesmo assim, pouco apareceu em ações de marketing ou nas redes sociais.

Braz também teve problemas de lesões e não obteve resultados expressivos. Por problemas físicos, chegou a perder o Mundial de Atletismo de 2017.

Depois de se classificar para a final em Tóquio com 5,75 m, o brasileiro sabia que enfrentaria seus principais adversários na manhã desta terça-feira (3), horário de Brasília. Estava lá o favorito, o sueco Armand Duplantis, que entrou na prova como dono do recorde mundial (6,18 m).

Havia também o francês Renaud Lavillenie, derrotado por Braz na final de 2016 e que chegou às Olimpíadas tendo a marca de 5,92 como seu melhor salto em 2021.

O coronavírus também excluiu um dos seus maiores oponentes. Bicampeão mundial, o americano Sam Kendricks foi infectado e não pôde viajar ao Japão.

Braz e os demais concorrentes com chances reais de medalha não tiveram problemas para chegar aos 5,80 m. O brasileiro, por exemplo, fez a marca na segunda tentativa (teria três). Lesionado no aquecimento, Lavillenie pediu para o sarrafo ser alçado a 5,87 m para o salto seguinte. Era uma decisão de ir para o tudo ou nada.

Na primeira tentativa nessa altura, Braz passou. Foi sua melhor marca na temporada, logo quando mais precisou. Lavillenie, fracassou.

Brasileiro e francês não se falam. Na verdade, o sul-americano alega que o rival parou de conversar com ele. Lavillenie, campeão mundial e favorito ao ouro na Rio-2016, se queixou do comportamento da torcida no Nilton Santos. Afirmou que o público atrapalhou sua concentração.

Duplantis mandou subir o sarrafo para 5,92 m e o superou com facilidade. Quando o francês falhou, o brasileiro garantiu um lugar no pódio mesmo sem conseguir pular a altura proposta pelo sueco. E foi o bronze porque em seguida o americano Chris Nilsen saltou 5,97 m.

A briga pelo ouro ficou resumida a Duplantis e Nilsen. O recordista mundial ficou com o lugar mais alto do pódio com 6,02 m. O sistema de som do estádio comemorou tocando "Dancing Queen", do grupo sueco ABBA.

Com o lugar mais alto do pódio garantido, Duplantis resolveu tentar superar seu próprio recorde e partiu para os 6,19 m. Errou nas três tentativas, suas únicas falhas na final do salto com vara.