Se na primeira divisão do Campeonato Paranaense o prejuízo em dia de jogos faz parte da rotina de boa parte dos clubes do interior, imagina como é na terceira. Arquibancadas vazias são sinônimo de prejuízo e esse déficit somado ao mau futebol e à experimentação de novos árbitros dá como resultado uma descrição fiel do que é a Terceirona.
No empate em 0 a 0 entre Cambé e Colorado ontem, foram 131 pessoas no Estádio José Garbelini, em Cambé. Porém, muitos destes ingressos foram comprados por parceiros da diretoria, para ajudar. Muitos nem ao estádio foram. A renda foi de R$ 645. De acordo com o gestor do CAC, Marcelo Martins, o custo de uma partida como esta gira em torno de R$ 5 mil, sendo quase R$ 3 mil somente para pagamento de arbitragem – dois auxiliares, árbitro, quarto árbitro, representante da Federação Paranaense de Futebol (FPF), observador da arbitragem e tesoureiro. "E olha que nem concentramos para o jogo para economizar o hotel, que custa em média R$ 700", contou Martins, que reclama da falta de bom senso da FPF, que escala profissionais de Curitiba para trabalhar nos jogos, o que aumenta as despesas, já que o clube é quem paga o deslocamento.
Por falar em arbitragem, a Terceira Divisão é uma espécie de porta de entrada dos novos árbitros no futebol profissional. Como é o mais baixo escalão dos torneios, a Terceirona serve de teste antes de colocar os apitadores em jogos mais importantes. Jean Paul Hessel Kuester, que apitou ontem em Cambé, não foi mal, mas deixou o gramado ouvindo a reclamação dos jogadores da casa por um suposto pênalti não marcado no finalzinho do jogo.
"São bons árbitros, mas são novos. A gente sente o nervosismo e o lado emocional atrapalha´´, disse o experiente goleiro Renato.
Quanto ao mau futebol, o placar diz tudo. No outro jogo da rodada, a Portuguesa Londrinense também empatou. Foi com o Pato Branco, fora de casa, em 1 a 1. Alisson fez o gol lusitano.