SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O duelo entre Atlético-MG e Flamengo pela Supercopa do Brasil, no último domingo (20), colocou frente a frente os dois maiores artilheiros do futebol brasileiro em 2021. Ambos, como de costume, deixaram a sua marca.

Hulk, autor de 36 gols no ano passado, anotou para a equipe mineira no empate em 2 a 2. Do outro lado, Gabigol, responsável por 34 gols do clube carioca na última temporada, também marcou o seu no tempo regulamentar, mas viu o Flamengo ser derrotado na disputa por pênaltis.

Nesta quinta-feira (24), às 21h30, em Campina Grande, um goleador menos acostumado aos holofotes do que a dupla, mas não tão distante deles nos números, terá a sua oportunidade de brilhar contra um adversário da elite.

Olávio, atacante de 28 anos do Campinense, foi o terceiro no ranking dos artilheiros do futebol nacional em 2021, com 26 gols marcados por Atlético Cearense e Volta Redonda-RJ (empatado com Gilberto, ex-Bahia, e Joãozinho, do Nova Venécia-ES).

Adversário do São Paulo na primeira rodada da Copa do Brasil, o jogador que se colocou no pódio ao lado de Hulk e Gabigol quer aproveitar sua chance diante da equipe tricolor para classificar os paraibanos à próxima fase. Os paulistas precisam apenas de um empate para avançar.

"O ano de 2021 foi bastante abençoado", diz Olávio à reportagem. "Para mim foi um privilégio ser o terceiro [artilheiro do Brasil]. O Hulk e o Gabigol têm nível de seleção brasileira e eu sempre me inspiro nos melhores. Quando fui o artilheiro no Cearense e via todo mundo comentando o meu nome, eu queria mais. E minha motivação foi essa, estar entre os artilheiros do Brasil."

Dos 26 gols que marcou na temporada passada, 14 foram no Campeonato Cearense, pelo Atlético-CE, o que lhe deu o prêmio de artilheiro da competição. O atleta anotou outros oito na Série D e mais dois na Taça Fares Lopes, além dos dois na Série C com a camisa do Volta Redonda, onde atuou por empréstimo.

Nascido em Missão Velha, no Ceará, Olávio iniciou a carreira como volante, mas nunca teve números ofensivos tão importantes como em 2021. Até que se tornou atacante, posição na qual nunca havia atuado antes. A mudança o beneficiou ao colocá-lo mais perto da meta adversária.

"Há dois anos eu fazia a função de terceiro homem de meio-campo. No ano passado, com o professor Raimundo Wagner, fui centroavante, uma função em que me adaptei muito bem. Tenho uma característica forte que é o cabeceio, isso facilitou na adaptação. O professor Raimundo foi um cara fundamental, porque acreditou que eu poderia desempenhar essa função", afirma o jogador, que tira proveito da altura (1,84 m) para levar vantagem no jogo aéreo.

Enfrentar um time de Rogério Ceni não é novidade para Olávio. Com passagens por vários clubes cearenses, entre eles Icasa e Ferroviário, o jogador teve algumas chances de jogar contra o Fortaleza comandado pelo ex-goleiro. Em nenhuma delas, porém, conseguiu marcar.

Pelo Estadual de 2018, defendendo o Guarani de Juazeiro, viu o time de Ceni golear por 4 a 0. No ano seguinte, pelo Barbalha, nova derrota, dessa vez por 3 a 1.

"Não tive a oportunidade de marcar contra as equipes do Rogério. Eram times fortes, sempre bons defensivamente. Quando enfrentava o Rogério, complicava um pouco", lembra Olávio.

Apesar da lembrança de confrontos difíceis, há uma alegria que o atacante do Campinense compartilha, mesmo que indiretamente, com o treinador adversário.

Flamenguista na infância por influência dos pais, Olávio viu muitos membros de sua família celebrarem o título do Campeonato Brasileiro de 2020 conquistado pelos rubro-negros. No comando estava Rogério Ceni, que depois seria campeão também do Estadual do Rio e da Supercopa do Brasil antes de ser demitido no início de 2021.

"Tenho uma admiração pelo Rogério. Aqueles que são os melhores no que fazem, queremos ser como eles", diz Olávio. "Mas hoje a família é Campinense", completa o atacante, para não deixar dúvidas de qual time os seus familiares querem ver avançar na Copa do Brasil.

No lado tricolor, Ceni também terá seu artilheiro à disposição: Calleri, com três gols em sete jogos nesta temporada.

No compromisso anterior, a vitória por 3 a 0 sobre o Santos, o centroavante argentino começou do banco de reservas e só foi acionado no segundo tempo. Agora, ele deverá voltar à formação titular, tal como outros nomes do elenco mais descansados.

Assim, a provável formação do São Paulo de Ceni para enfrentar o Campinense de Olávio tem Jandrei; Rafinha, Diego Costa, Arboleda e Reinaldo; Pablo Maia, Rodrigo Nestor, Gabriel Sara e Alisson; Rigoni e Calleri.

Estádio: Amigão, em Campina Grande (PB)

Horário: 21h30 (de Brasília) desta quinta-feira (24)

Árbitro: Ramon Abatti Abel (SC)

Transmissão: SporTV e Premiere